Considero a aproximação do final do ano quando começam três eventos: o horário de verão, chover em São Paulo e a temporada de corridas acabarem. Pois bem, no final de outubro, quatro importantes campeonatos conheceram seus campeões neste final de semana e como os demais eventos já estão em andamento, realmente estamos no final do ano.
Valentino Rossi já foi dado como morto, quis a F1 (mas ela não o quis), tentou o rally e viu a chegada de uma leva de pilotos jovens e famintos, loucos para derrubá-lo, algo que conseguiram com Hayden em 2006 e Stoner em 2007. O italiano mostrou que ainda tinha o que mostrar em 2008 e nesta temporada provou o velho ditado de que panela velha é que faz comida boa. Rossi teve em Lorenzo, seu companheiro de equipe na Yamaha, um adversário ainda perigoso no segundo ano do espanhol na MotoGP, mas Rossi soube dominar Jorge como um eneacampeão que é, enervando o quase novato nos momentos certos e conseguindo grandes vitórias em momentos cruciais. No entanto, Rossi teve uma pequena ajuda. Casey Stoner sofreu de uma doença misteriosa no meio da temporada, que o deixou três corridas de fora da temporada e se não fosse isso, provavelmente o australiano seria um fator na temporada.
Em Sepang, Stoner venceu uma prova em pista molhada com extrema facilidade, superando um Pedrosa cada vez mais sem-graça e os dois pilotos da Yamaha. Andando a maior parte da corrida em 3º, Rossi teve a paciência dos grandes campeões e não se incomodou com Lorenzo atrás de si para vencer mais uma corrida na sua já longa carreira e conquistar seu nono título na carreira, sétima na principal. Como não poderia deixar de ser, Vale fez mais uma comemoração especial para sua recente conquista e como tem apenas 30 anos, mais recordes ainda poderão vir.
A Yamaha deve estar mesma satisfeita com este final de ano, pois algumas horas depois a marca japonesa conquistava o título do segundo campeonato mais importante do motociclismo com o americano Ben Spies. Ao contrário de Rossi, Spies fazia sua estréia no Mundial de Superbike após dominar o Campeonato Americano e não demorou para mostrar sua agressividade, conquistando várias poles durante o ano e vencendo inúmeras provas, mesmo com algumas quedas e problemas de sua moto. A Superbike vinha sendo dominada pela Ducati e Noriyuki Haga (ex-Yamaha...) era sempre derrotado pela moto italiana, normalmente montada por Troy Bayliss. Quando o australiano se aposentou no final de 2008, a Ducati trouxe Haga para ser campeão e todos esperavam que o japonês conquistasse, finalmente, seu primeiro título no Mundial. Porém, nem Haga ou a Ducati esperavam pelo furacão Ben Spies, que conseguiu seu título com um quinto lugar, após ver Haga cair na penúltima bateria da temporada. Spies já tem vaga certa no Mundial de MotoGP e a expectativa em cima do americano é ótima, principalmente pelo seu mentor, Kevin Schwantz.
No Rally, Loeb tem uma carreira mais parecida com Rossi. Talvez grande demais para um decadente WRC, o francês pensou em outras oportunidades dentro do automobilismo e já conseguiu um 2º lugar nas 24h de Le Mans, além de testes promissores na F1 através da Red Bull. Tão promissores que o francês ficou a um passou de conseguir uma vaga na Toro Rosso na última etapa do ano, em Abu Dhabi, mas como sua superlicensa não foi consedida, Loeb teve que se focar unicamente no WRC. Com sua carreira virando para tantos lados, talvez esse seja o motivo do título de 2009 tenha sido tão dramático. Após um início espetacular (como sempre...), Loeb cometeu algo raro na sua vitoriosa carreira: erros. Isso permitiu a aproximação do finlandês Mirko Hirvonen e o piloto da Ford chegou a última etapa do ano, na Grã-Bretanha, com um ponto de vantagem sobre Loeb. Sabendo que não correria mais na F1, Super-Seb se aprontou em seu Citröen C4 e venceu de forma categórica nas estradas do País de Gales e aumentou ainda mais seu recorde de títulos, chegando a seis triunfos. Consecutivos! Sem desmerecer o feito de Loeb, o fato é que o WRC vive uma crise terrível e apenas Citröen e Ford investem na categoria. Dizer que Loeb domina o campeonato sozinho não seria exagero, pois o próprio Hirvonen, quando dividiu a equipe Subaru em 2004 com o grande Petter Solberg (hoje uma mera sombra do que já foi), o finlandês foi demitido no meio da temporada por deficiência técnica...
No DTM, o melhor e mais belo campeonato de turismo do mundo, Timo Scheider conquistou o bicampeonato em cima do talentoso Gary Paffet em Hockenheim, dando o segundo título consecutivo a Audi. Scheider é um piloto discreto e está longe de arrancar suspiros por sua pilotagem, mas foi eficiente o bastante para chegar a última etapa com uma boa vantagem sobre Paffet, que venceu a corrida, mas com Scheider apenas o acompanhando até a bandeirada. Ao contrário de Scheider, muito longe da F1, vários jovens pilotos do DTM, principalmente os que correm pela Mercedes, tem boas chances de chegar a categoria num futuro próximo, como é caso de Paffet, Bruno Spengler, Jamie Green, Paul di Resta...
Apenas a MotoGP ainda tem uma corrida pendente, com DTM, WRC e Mundial de Superbike esperando por 2010. O ano está acabando e as corridas também. A saudade já começa a bater!
3 comentários:
Grande Valentino....ele mereceu ! este ultimo fim de semana foi deciso para bastante categorias...
Impressionante o grid minúsculo da MotoGP. 17 motos é ridículo! A Superbike tem quase 30 motos na grelha. Tá ruim o troço por lá, hein...
podia ser melhor...
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