terça-feira, 20 de outubro de 2009

História: 10 anos do Grande Prêmio da Malásia de 1999


Ele estava de volta! Após sete corridas de fora do campeonato por uma perna quebrada num forte acidente no circuito de Silverstone, Michael Schumacher voltava a ocupar a Ferrari de número 3 e Jean Todt lhe entregava uma missão totalmente estranha. Com Eddie Irvine brigando com Mika Hakkinen pelo título daquela temporada, Schummy teria que fazer o papel de segundo piloto e ajudar o irlandês a tirar a Ferrari do seu jejum que completava 20 anos. Algo que o alemão mais desejava no momento. Muito se especulou a respeito da volta de Schumacher e não faltou quem dissesse que ele não voltaria mais a F1, porém, o piloto da Ferrari surpreende de forma positiva na calorenta Malásia.

A F1 iniciava sua caminhada rumo ao oriente no moderno circuito de Sepang, projetado por Hermann Tilke é um verdeiro palácio do automobilismo, com uma pista super larga e arquibancadas com tons arquitetônicos de dar inveja a muita obra pelo mundo. A Malásia colocava um novo patamar para os autódromos que quisessem receber a F1 dali em diante. E foi assim que aconteceu nos anos seguintes... Contudo, a nova pista acabou sendo um mero coadjuvante frente a estrela de Michael Schumacher, que conseguiu uma incrível pole em sua volta à F1, quase 1s á frente do mais próximo. Onde um piloto normal poderia preferir a cautela, Schumacher foi ao seu limite sem perder tempo. A Ferrari mostrava um incrível progresso com relação as fracas corridas anteriores e Irvine completava a primeira fila, rezando para que Schumacher conseguisse repetir o que ele próprio já havia feito em outras oportunidades. Para a McLaren, restava o consolo de ficar com a segunda fila, esperando por um erro ferrarista, numa temporada que foi marcada justamente por isso. Erros.
Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:39.688
2) Irvine (Ferrari) - 1:40.635
3) Coulthard (McLaren) - 1:40.806
4) Hakkinen (McLaren) - 1:40.866
5) Herbert (Stewart) - 1:40.937
6) Barrichello (Stewart) - 1:41.351
7) Wurz (Benetton) - 1:41.444
8) R.Schumacher (Williams) - 1:41.558
9) Hill (Jordan) - 1:42.050
10) Villeneuve (BAR) - 1:42.087

O dia 17 de outubro de 1999 estava parcialmente nublado, mas o calor úmido de Sepang fazia com que a sensação de 30ºC fosse ainda maior. Até hoje, o forte calor marca o Grande Prêmio da Malásia. Quando a largada foi dada, Michael Schumacher mostra que não tinha desaprendido e permanece numa tranquila primeira posição, ficando longe de Irvine e as duas McLarens. Damon Hill, fazendo sua penúltima corrida na F1, abandona na primeira curva e continuava o sofrimento da Jordan no circuito malaio, onde não conseguia repetir o desempenho das corridas anteriores e deixava Frentzen, ainda com chances matemáticas de título, ainda mais longe do seu intuito.

A corrida em Sepang, que era muito mal transmitida pela TV malaia, se torna, desde as primeiras voltas, uma corrida tática entre McLaren e Ferrari. Schumacher disparava à frente de Irvine, que era pressionado por Coulthard, enquanto Hakkinen, líder do campeonato por dois pontos, fazia uma corrida de espera. A lentidão de Irvine parecia um proposital e fazia parte de um enorme jogo de xadrez, pois atrás do irlandês se formava um trenzinho e Barrichello se aproximava de Hakkinen, porém, o brasileiro, que fazia suas últimas corridas pela Stewart e já era contratado pela Ferrari, não parecia muito disposto a prestar serviço a sua contratante a partir do ano 2000 e não atacava mais eficazmente Mika, fazendo com que a Ferrari tentasse outra manobra. Na quarta volta, Schumacher diminui a velocidade repentinamente e deixa Irvine passar, se colocando entre o então líder da Ferrari e o livre atirador da McLaren.

Tentando fazer a próximo jogada, a McLaren manda Coulthard atacar Schumacher com todas as suas forças e o escocês consegue a ultrapassagem sobre o alemão na volta seguinte, numa boa manobra no final da reta dos boxes, onde a asa dianteira de Schumacher foi atingida. Enquanto Coulthard se aproximava novamente de Irvine, a Ferrari mantinha Hakkinen exatamente onde queria, em quarto, com Schumacher o controlando. Com os quatro pilotos bem distante dos demais, a corrida se tranquiliza e as posições permanecem as mesmas, mas logo o tabuleiro do qual tinha se transformado aquela corrida sofre um desfalque. Na 14º volta, Coulthard encosta sua McLaren com o motor quebrado, deixando Hakkinen a mercê das duas Ferraris.

Schumacher, mesmo sem liderar, tem uma de suas melhores atuações de sua carreira, mas como segundo piloto, fazendo o jogo sujo da tática ferrarista, retardando o quanto pôde o ritmo de Hakkinen, mas sem dar chances ao finlandês de o ultrapassar. O alemão seria muito criticado por isso, mas Schumacher estava humilhando Hakkinen, quando claramente freava no complexo após a primeira curva, deixando Mika sem reação. Barrichello chega a se aproximar novamente, mas quando as paradas se aproximam, Schumacher volta a andar rápido, mas Irvine e Hakkinen colocam pouco combustível, indicando claramente que iriam parar duas vezes. Com o carro mais pesado e ainda se recuperando de sua dupla fratura na perna direita, Schumacher andou rápido o suficiente para ficar à frente de Hakkinen e 5s atrás do seu companheiro de equipe. A volta mais rápida marcada por Schumacher era um pouco mais lenta que a pole feita por ele no sábado!

Hakkinen continuava seu martírio ao ficar atrás de Schumacher e a McLaren ainda tenta retardar a parada do finlandês, mas ele retorna atrás de Irvine, em terceiro. Quando Irvine quase venceu o GP do Japão de 1997, mas teve que entregar a posição para Schumacher no meio da prova, o irlandês disse que ficou esperando receber a ligação para que isto acontecesse. Pois a mesma ligação aconteceu quando faltavam cinco voltas para o fim e Irvine reassumiu a liderança da corrida, com um humilhado e cansado Hakkinen nem animado para ficar próximo do show ferrarista. Foi uma dobradinha que colocava Irvine novamente na ponta do campeonato com apenas uma corrida para o fim, mas a festa quase foi estragada. Muitos desconfiaram da repentina subida de desempenho da Ferrari e após a corrida, a equipe teve os dois carros desclassificados por uma irregularidade em um defletor lateral. Isso dava o título antecipado a Hakkinen e como o tribunal de apelação nunca tinha revertido a decisão dos comissários, o título de Mika já era comemorado na Finlândia, mas numa decisão inédita, a dobradinha foi devolvida a Ferrari e Irvine iria ao Japão com quatro pontos de vantagem sobre Hakkinen e a certeza de que teria o melhor segundo piloto que alguém poderia sonhar.

Chegada:
1) Irvine
2) M.Schumacher
3) Hakkinen
4) Herbert
5) Barrichello
6) Frentzen

3 comentários:

Sidney Andreato disse...

O que aconteceu foi o seguinte: a Ferrari provou que os comissários técnicos cometeram erros ao fazer as medições. Um deles até tinha ligaçoes com a Mercedes-Benz. Quando mediram novamente, na frente de todo mundo, viram que a peça estava legal.

Sidney Andreato disse...

Esqueci a fonte (hehe): LA Pandini

De Gennaro Motors disse...

na minha opnião..este gp é um dos mais dificis....em primeiro monaco!