Nesses dias em que fico muito tempo em casa, um dos meus passatempos favoritos é ver o acervo da Quatro Rodas no site da revista, principalmente na parte da F1. Particularmente, no início da década de 70. Mesmo sendo um documento histórico, os textos são apenas relatos de Emerson Fittipaldi sobre o seu final de semana de corrida, não mostrando em detalhes como foi a corrida em si. Porém, é legal ver os bastidores das corridas nos anos 70 e como eram até mesmo mambembes equipes fortes, como a Lotus.
Na edição de Novembro de 1972, Emerson conta uma passagem curiosa sobre seu grande amigo Ronnie Peterson durante o Grande Prêmio do Canadá do mesmo ano. Foi um verdadeiro Dia de Fúria. Quem explica, é o próprio Emerson Fittipaldi:
Tudo começou quando Peterson, que já ia colocar uma volta sobre Hill, encontrou dificuldade para ultrapassá-lo. O circuito só permite ultrapassagens em alguns pontos e Peterson tentou fazê-lo na curva que fica antes dos boxes, onde isso não é possível. Assim, acabou batendo em Hill. E teve de parar a poucos metros do boxe, com a suspensão dianteira de seu March entortada.
Os mecânicos empurraram o carro, de marcha à ré até os boxe, e trocaram rapidamente a barra de direção. Peterson saiu novamente para a pista, mas, em vez de tentar recuperar o terreno perdido, passou a andar bem devagar, olhando pelo espelho retrovisor, à espera de que Hill se aproximasse. Quando o inglês veio vindo, Peterson passou a fechá-lo propositalmente e, pouco depois, deixou-o passar e jogou o carro contra a traseira do Brabham, como se quisesse fazê-lo virar.
Uau! Já pensou se isso acontecesse nos dias de hoje? Acho que era prisão pérpetua para Peterson! Não soube de nenhuma punição ao sueco, fora a desclassificação da corrida em Mosport Park. Mas Emerson prometeu "falar com Stewart para que conversasse seriamente com ele, para que não repita o que fez, do contrário a GPDA terá que tomar medidas mais enérgicas."
3 comentários:
Heheheh Peterson era macho pacas!
Uau! Fantástico. Descobri o arquivo do Quatro Rodas há umas semanas e ando a ler uma revista, de quando em vez. Calhei ler o de Watkins Glen 1973. Arrepiante, é o que posso dizer no minimo.
Tempo em que os pilotos pensavam. Gostaria muito de ver uma corrida hoje uma corrida de F1 onde não houvesse telemetria nem comunicação por rádio para os pilotos, exceto as placas com número de voltas e diferenças de tempo.
Acho que ninguém chega ao final.
Breno Mascarenhas
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