segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Entre os grandes


Esta década foi muito sortida em lendas vivas no esporte a motor. Michael Schumacher, Valentino Rossi e Sebastien Loeb são os ícones de uma geração em que se viu dominações de um homem só nas principais categorias do esporte a motor mundial. Neste domingo, veio a confirmação de um quarto nome nesse panteão de papa-títulos.

Jimmy Johnson chegou em 2º lugar em Homestead, última etapa do longo campeonato da Nascar e mesmo iniciando a corrida derradeira em 2º lugar na Classificação, conquistou o inédito pentacampeonato da categoria principal da Nascar (que já foi Winston Cup, Nextel Cup e hoje é Sprint Cup), se isolando na 3º colocação do ranking histórico da categoria, ficando atrás apenas dos legendários Richard "The King" Petty e Dale "The Intimidator" Earnhardt, ambos com sete triunfos. Porém, Johnson conseguiu algo que essas duas lendas não conseguiram: enfileiras seus títulos de forma consecutiva.

Mesmo para quem não gosta da Nascar deve se render ao fato histórico conquistado por Johnson nesse domingo e até mesmo os próprios torcedores da categoria. Mesmo sendo um multi-campeão e de talento incontestável, Johnson não é dos pilotos mais carismáticos mesmo no grid atual. Pilotos como Kyle Busch, Jeff Gordon e Tony Stewart tem bem mais atenção na mídia do que Johnson, um piloto extremamente limpo e técnico, usando a consistência como maior aliada, juntamente com seu chefe de mecânicos Chad Knaus, para conquistar cada triunfo.

A corrida desse domingo foi um exemplo típico. Johnson tinha 15 pontos a menos do que Denny Hamlin quando a Nascar levou seu enorme circo para as vazias arquibancadas de Homestead. Kevin Harvick ainda tinha boas chances matemáticas, mas dependia de problemas dos dois rivais. Logo na Classificação, Johnson colocou seu Chevrolet Impala em 3º, enquanto Harvick era 28º e Hamlin 37º. Na apresentação dos pilotos, Hamlin estava claramente nervoso e isso foi claro durante a corrida, quando se envolveu num incidente besta com Greg Biffle ainda no início da prova, danificando seu carro a ponto de nunca ter condições de conseguir se manter entre os primeiros. Johnson, ao contrário, nunca saiu do top-10. O carro 48 parecia até ter condições de lutar pela vitória com Carl Edwards, vencedor da prova, mas o piloto da equipe Hendrick (agora o time com o maior número de títulos da Nascar, dez) se manteve calmo enquanto Harvick pagava um drive-throgh por excesso de velocidade nos pits e Hamlin se enrolava no pelotão intermediário.

A comemoração de Jimmy Johnson foi até mesmo tímida, pois ele já parecia acostumado com a festa. A torcida, igualmente tímida no oval próximo a Miami, também não se animou em excesso com a história sendo contada na sua frente. Em fevereiro próximo, Johnson estará de volta como o melhor piloto, com a melhor equipe e com o melhor chefe de mecânicos. Mesmo sendo competitiva e tendo vários ótimos pilotos, não será surpresa ver Jimmy Johnson papar o sexto título na próxima temporada.

2 comentários:

Ron Groo disse...

Engraçado, fala-se tanto da competitividade da nascar, mas sempre os mesmos são campeões.

João Carlos Viana disse...

Groo,
Não concordo com vc. O problema não é a competitividade da categoria, que é enorme. O Johnson que é muito bom mesmo!