domingo, 3 de abril de 2011

Categoria de merda


Já fazem sete anos, mas eu lembro como se fosse hoje. Em Buenos Aires, Guálter Salles sobrevivia milagrosamente sem maiores traumas de um acidente terrível numa corrida de Stock Car, onde seu carro saiu voando e caiu embaixo de uma ponte. Foi terrível, mas como o carioca sobreviveu, tudo em relação a segurança ficou como estava, mas havia percebido algo de errado. Apesar do carro de corrida ser feito para se deformar em caso de acidentes, o veículo de Guálter ficou perisosamente exposto, sem nada lhe protegendo se algo penetrasse entre os vários tubos do santo-antônio. Ele ficou entregue à sorte e foi Deus que permitiu apenas um ferimento no joelho. Escrevi minha preocupação no fórum do GPTotal e fui muito criticado. Teve gente que dizia que eu não deveria me formar engenheiro por causa dessa minha afirmação.


Pois bem, Alexandre Sperafico morreu na perigosa Curva do Café em Interlagos e seu carro fica destroçado. Para quem não lembra, só restou o assoalho, o motor, o banco do piloto com Sperafico ainda preso e muito ferro retorcido. O paranaense infelizmente morreu. O que foi feito depois? Porra nenhuma! Os pilotos criticaram a Curva do Café, mas nada foi feito na curva, apesar de que esses incidentes só ocorram na Stock... O carro continuou em sua 'consagrada' e 'segura' constituição de chassi tubular e uma bolha. Hoje o carro de Gustavo Sondermann ainda ficou um pouco mais inteiro em comparação a 2007, mas o paulista teve o mesmo destino de Sperafico. Será feito alguma coisa? Duvido. O automobilismo brasileiro está entregue às traças com dirigentes imcapazes. Sem alternativa para seguir o sonho da F1, os pilotos se aposentam prematuramente numa categoria como a Stock, que se preocupa mais em marketing do que na parte esportiva. Tanto que o médico oficial da categoria, Dino Altman, se preocupou hoje em medir as palavras e até dar esperanças a quem acompanhava as notícias sobre Sondermann. Até pensei que ele sobreviveria e que seria apenas um susto, mas como alguém sobreviveria um acidente a alta velocidade numa curva perigosa com uma carroça daquelas? Fui inocente demais.


Mas não. A Stock prefere preservar os patrocinadores e estampar ser a pretensa melhor categoria de corridas da América do Sul, com pilotos corridos da Europa por pura ruindade, como Diego Nunes e Alberto Valério, apenas como exemplos recentes. Muitos já perceberam que pouco falo da Stock aqui por que não gosto da categoria. As corridas são até legais, mas com muito artificialismo e a Globo querendo colocar a categoria nas alturas, numa situação que não existe. Duvido que haja uma investigação sobre a tragédia de hoje. Gustavo Sondermann, coitado, morreu devido a fatalidade. Nunca devido ao carro. Nunca devido ao autódromo. Os outros pilotos? Foi acidente de corrida! E nada será feito para melhorar a estrutura do carro, do autódromo, das equipes e dos pilotos. Os patrocinadores estão pagando em dia e com transmissão em TV aberta, está tudo bem.


Por isso que não gosto da Stock e em menos de quatro anos, outra morte na pista. Apesar de criticarmos a F1, após o terrível final de semana em Ímola/1994, a pesquisa em segurança aumentou consideravelmente e há 17 anos não há mortes.


Meus pêsames a família de Gustavo Sondermann.

3 comentários:

Ron Groo disse...

Ao que parece, João é que o hans estava mal ajustado. Frouxo mesmo... Assim não tem carro seguro que de jeito.

João Carlos Viana disse...

Groo, o que foi feito após a morte do Sperafico? Bulhufas! Aquele carro tubular é uma bomba, os pilotos são fracos e, pelo jeito, nada será feito!

verdade.com disse...

parece que o tal João tava muito mesmo mal ajustado parece o blog :
valdirverdade.blogspt.com