sábado, 9 de abril de 2011

Sem dominação


Quando Galvão Bueno disse, até meio triste, que Sebastian Vettel está chegando a um nível de pole-positions no nível de Ayrton Senna, o narrador global não quis fazer uma comparação, mas mostrar o quanto esse alemãozinho é capaz de tirar coelhos da cartola. Ao contrário da dominação em Melbourne, a Red Bull finalmente teve um grande advérsario no calor de Sepang e o tempo conseguido por Hamilton parecia que lhe daria a pole, mas Vettel fez uma última volta espetacular e conseguiu a continuação do predomínio da Red Bull nos treinos.


Se a McLaren escondeu ou não o jogo na pré-temporada, somente o time poderá responder, o que acho difícil, mas o time inglês é a única com potencial para enfrentar a Red Bull e as duas escuderias fazem parte de uma espécie de briga particular, com a participação decisiva dos seus ótimos quatro pilotos, em especial Vettel e Hamilton. Os dois são bem mais talentosos que seus companheiros de equipe, mas a diferença de três décimos entre os quatro primeiros mostra bem o equilíbrio que há entre eles. Se Button já entrou na McLaren meio que conformado em ser segundo piloto, é bom Webber começar a se acostumar com a idéia, mesmo com uma performance bem superior em comparação a sua corrida natal duas semanas atrás. O australiano não tem a velocidade de Vettel e mesmo dominando os treinos livres, no pega-pra-capá, foi Vettel o mais rápido.


A forma como Alonso olhava os tempos, de joelhos, após os treinos, mostrava bem o quanto a Ferrari está com relação a McLaren e Red Bull. Nove décimos atrás de Vettel é uma eternidade e não será com apenas desenvolvimentos que farão a Ferrari tirar essa abissal diferença para suas rivais e Alonso já começa a sentir o baque de não conseguir mostrar na prática que é mesmo o melhor piloto do grid atual. Massa continuou levando tempo de Alonso, mas desta vez ficou menos de meio segundo atrás e ainda se viu superado pela Renault de Heidfeld. A equipe francesa é hoje a quarta força da F1, com Petrov andando próximo de Heidfeld, que tenta se recuperar do pífio desempenho na Austrália. A Mercedes está sendo a grande decepção até agora e Schumacher mais uma vez ficou de fora do Q3, mas como Rosberg bem mostrou, não faria tanta diferença assim. A Sauber e a Toro Rosso lutam pelo posto de quinta força da F1, enquanto a Williams foi muito mal, chegando Maldonado ficar próximo da Lotus, melhor das nanicas, enquanto a Hispania finalmente conseguiu tempo para se classificar.


A metereologia passou a semana dizendo que ia chover nos três dias. Errou nos dois primeiros. Acertará bem no dia da corrida? Será uma chance de ver o desempenho da Pirelli na chuva, da mesma forma que perderemos uma oportunidade de observar como se comportar os componentes italianos na tórrida pista malaia. Porém, em condições de sol ou chuva, dificilmente a corrida sairá de McLaren e Red Bull.

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