terça-feira, 12 de abril de 2011

Enquanto isso no domingo...


Para quem reclama das transmissões da Rede Globo na F1, é bom assistir algum dia uma corrida na Bandsports. Eu tive essa experiência neste domingo, na Formula Indy. Primeiro colocaram um narrador inexperiente e totalmente sem tempo em suas intervenções, confundindo nomes e ‘vendo’ momentos da corrida na hora errada. Sinceramente não me lembro do nome do rapaz, que nem tanta culpa, pois caiu de pára-quedas na transmissão.


O pior foi o experiente comentarista Eduardo Homem de Mello. O acompanho desde a Copa Corsa na ESPN, mas na Bandsports ele está exagerando em opiniões infelizes e pachequismo. Antes da largada no Alabama, Bia Figueiredo deu uma pequena entrevista à dupla que estava no Brasil e Homem de Mello rasgou a seda para Bia, dizendo que ela botaria Danica Patrick e Simona de Silvestro no bolso, e rapidinho estaria entre os seis melhores pilotos da Indy. Ser melhor que a Danica nem é tão difícil, mas Simona vem se mostrando amplamente superior à Bia e na prova do Alabama o talento da suíça ficou claro. Porém, o engraçado não foi nem isso. O substituto de Bia, o francês (não belga, como o narrador cansou de dizer...) Simon Pagenaud ficou entre os dez primeiros e fez uma prova bem mais consistente em sua primeira prova na Indy do que as quatro provas realizadas por Bia até agora. Mas não se preocupem, ela estará entre os seis melhores da Indy em breve...


Contudo, a pior opinião de Homem de Mello foi com relação a nova regra das relargadas. Isso foi uma das piores ações da IRL nos últimos tempos e todo mundo está reclamando. Só não há unanimidade porque nosso querido comentarista acha que é emocionante largar em fila dupla e que a regra antiga, com relargadas em fila indiana, transforma a corrida em procissão. Realmente é super emocionante ver aquelas sessões intermináveis de bandeira amarelas causadas pelos acidentes nas relargadas...


Na corrida propriamente dita, a beleza do circuito de Barber infelizmente contribui para a falta de ultrapassagens durante a prova, e o único local de ultrapassagem nos trouxe algumas bandeiras amarelas. Lá na frente, Power só se preocupou em se manter na frente nas relargadas, com Scott Dixon sempre fungando no seu cangote, mas o piloto da Chip Ganassi nunca pressionou de verdade o piloto da Penske em bandeira verde. Dario Franchitti é um ótimo piloto, mas sua sorte parece aumentar com os anos, pois o escocês sempre ganhava alguma posição nas confusas relargadas neste domingo e acabou a prova em 3º, só não ficando na liderança do campeonato por que Power foi 2º em St. Petersburg. Pelo andar da carruagem, a temporada pode ser uma repetição de 2010, com Power e Franchitti disputando o título, com o piloto da Pesnke dominando nos circuitos mistos, enquanto o escocês consegue bons resultados nesse tipo de pista e tenta sempre a vitória nos ovais, enquanto Power sofre. Quanto aos brasileiros, Tony Kanaan pode muito bem ir à equipe de Michael Andretti e mostrar o quanto foi errado ter dispensado-o ao final do ano passado. O baiano fez uma prova espetacular, largando em 24º para chegar em 6º, após uma primeira volta digno de nota, ganhando dez posições. Helio Castroneves é o pior piloto do trio da Penske e sua fase anda tão braba que levou ultrapassagem até da Danica Patrick. Algo muito desabonador num circuito misto... Raphael Mattos e Vitor Meira ficaram retidos pelas limitações dos seus equipamentos.


Foi uma corrida cheia de bandeiras amarelas e isso foram os únicos momentos de emoção e Power sentiu um pouco de pressão de Dixon, sempre o 2º colocado. Se na F1 houve ultrapassagens a granel em Sepang, a Indy, a Formula da Emoção, como gosta de dizer a TV Bandeirantes, ficou devendo bastante. E com transmissões como a deste domingo, a Globo se consolidará na liderança por muito tempo.

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