quinta-feira, 28 de abril de 2011

História: 15 anos do Grande Prêmio da Europa de 1996

Era comum se dizer que o campeonato da Formula 1 começava de verdade quando o circo da categoria chegava à Europa, seu verdadeiro lar. Porém, os adversários de Damon Hill já tinham com o que se preocupar quando a F1 chegou à Nürburgring para o GP da Europa, pois o inglês estava com um aproveitamento de 100%, com três vitórias, e o carro da Williams parecia estar um ou mais passos à frente das rivais. Jacques Villeneuve havia dado um show na sua estréia na F1, mas o canadense não repetiu a exuberante exibição nas corridas sul-americanas, enquanto Schumacher ainda tentava achar velocidade em sua Ferrari.

Porém, Damon Hill conquistava sua terceira pole consecutiva depois de dominar todos os treinos livres, colocando quase 1s sobre Villeneuve, que parecia repetir suas duas corridas anteriores. Em sua primeira corrida em casa como piloto da Ferrari, Schumacher teve um apoio fanático dos torcedores alemães, mas isso não foi suficiente para que o bicampeão brigasse mais à frente e Schummy teve que se contentar com o 3º posto. As demais posições do top-10 ficaram com as equipes que brigavam atrás de Williams e a Ferrari de Schumacher.

Grid:
1) Hill(Williams) – 1:18.941
2) Villeneuve(Williams) – 1:19.721
3) Schumacher(Ferrari) – 1:20.149
4) Alesi(Benetton) – 1:20.711
5) Barrichello(Jordan) – 1:20.818
6) Coulthard(McLaren) – 1:20.888
7) Irvine(Ferrari) – 1:20.931
8) Berger(Benetton) – 1:21.054
9) Hakkinen(McLaren) – 1:21.078
10) Frentzen(Jordan) – 1:21.113

O dia 28 de abril de 1996 amanheceu nublado e com uma névoa fraca na região de Nürburgring, mas não haveria chuva prevista para a prova, deixando uma pulga atrás da orelha dos torcedores, pois a corrida em Nürburgring em 1995 foi bastante emocionante por causa das condições variáveis de tempo e o domínio exibido pela Williams fazia prever uma corrida bem diferente do ano anterior. Porém, Villeneuve conseguiu uma ótima largada e pulou para primeiro, porém foi Coulthard que surpreendeu e subiu de 6º para 2º, enquanto Hill era ainda ultrapassado por Schumacher e Barrichello. Mais atrás, a dupla da Benetton estreava um novo dispositivo nos freios dos seus carros especialmente para a largada, mas o sistema falhou, deixando Berger e Alesi praticamente parados no grid. Desesperado em conseguir ganhar posições, Alesi sofreria um bizarro acidente ainda na segunda volta num toque com Mika Salo. A Benetton tinha um péssimo início de ano em comparação ao ano anterior...

Ao término da primeira volta os seis primeiros estavam bastante próximos, com Hill fechando o grupo e desesperado em ultrapassar Schumacher, só conseguindo a manobra no início da sexta volta, deixando para trás seu grande rival. Coulthard começava a segurar um grupo de pilotos atrás de si, enquanto Villeneuve aumentava sua vantagem aos poucos. Para piorar as coisas para Hill, o inglês não encontrou facilidade em ultrapassar Barrichello, fazendo com que o segundo pelotão aumentasse, com Hakkinen e Frentzen se aproximando de Schumacher. Depois de várias tentativas em ultrapassar Rubinho, Hill foi aos boxes para antecipar sua parada e verificar algum problema na traseira de sua Williams. Contudo, essa averiguação demorou demais e Hill caiu várias posições. A primeira rodada de paradas significou o começo do avanço de Schumacher. Primeiro, ele ultrapassou Barrichello nos boxes e deixou Coulthard para trás na pista, passando a perseguir Villeneuve, que tinha uma reta de vantagem sobre o alemão.

Talvez desacostumado em andar nas posições intermediárias, Hill fazia besteiras e numa tentativa de ultrapassagem atabalhoada, o inglês acabou tocando em Pedro Paulo Diniz na Dunlop Kurve e saiu da pista, ainda perdendo duas posições. Ainda em sua quarta corrida na F1, Villeneuve não mostrava a mesma confiança de Schumacher em ultrapassar os retardatários, fazendo com que o alemão se aproximasse rapidamente (e surpreendentemente) do piloto da Williams. A segunda rodada de paradas seria essencial, com Schumacher cada vez mais próximo de Villeneuve, mas o alemão acabaria tendo azar, pois quando retornou a pista, estava em meio a briga pelo 3º lugar entre Coulthard e Barrichello, perdendo um precioso tempo até que os antigos rivais de F3 Inglesa fosse aos boxes e o deixassem com caminho livre. Depois de suas presepadas no pelotão intermediário, Damon Hill marcou a melhor volta da corrida e se aproveitando de uma punição a Hakkinen e ótimas voltas antes de sua parada, o inglês pulou para o 5º lugar e se aproximava de Barrichello, que continuava a pressionar Coulthard pelo último lugar no pódio.

Mais à frente, Villeneuve fazia uma belíssima corrida, mas novamente sua cautela em ultrapassar os retardatários, permitindo uma nova aproximação de Schumacher. No pit da Ferrari, Luca di Montezemolo torcia a cada passagem de Schumacher, cada vez mais próximo do canadense. Aquela era a prova definitiva para Villeneuve. Ele agüentaria a pressão de um bicampeão Schumacher? O mundo prendeu a respiração, talvez esperando uma nova manobra de Schumacher nas voltas finais, como no ano anterior, ainda mais em um piloto inexperiente como Villeneuve. Porém, o canadense foi brilhante em sua defesa de posição e venceu pela primeira vez na F1, levando o nome de Villeneuve ao topo do pódio depois de quinze anos. Aquela prova também significou muito para Schumacher, provando que a Ferrari estava no caminho certo rumo ao seu renascimento. Na briga pelo terceiro lugar, Coulthard segurou Barrichello e Hill (os três cruzaram juntos) e conquistava seu primeiro pódio com a McLaren. Enquanto Hill perdia sua invencibilidade em 1996. Foi uma corrida histórica, com muita emoção e significado para o futuro daquela geração na F1.

Chegada:
1) Villeneuve
2) Schumacher
3) Coulthard
4) Barrichello
5) Hill
6) Brundle

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