sexta-feira, 29 de julho de 2011

História: 10 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 2001

O Mundial da F1 chegava a Hockenheim com o título praticamente garantido para Michael Schumacher, graças a sua regular Ferrari. Ao contrários dos anos anteriores, haviam três equipes brigando pelo título em 2001, mas enquanto a Williams utilizava a grande potência do motor BMW para se destacar nos circuitos rápidos e a McLaren tinha uma aerodinâmica superior para se destacar em circuitos com alto downforce, a Ferrari era mais regular, andando forte em qualquer tipo de circuito e Michael Schumacher, no seu auge, conseguia vitórias em cima de vitórias se aproveitando dos erros dos rivais e a Ferrari estraçalhava as rivais com seu equilíbrio.

Em Hockenheim e suas enormes retas, era fácil apostar nas Williams e ambos os carros branco e azul dominaram os treinos, com Juan Pablo Montoya conseguindo sua primeira pole derrotando seu companheiro de equipe por uma margem mínima. Num circuito onde a potência é tudo, a Williams meteu sete décimos no carro mais próximo. Correndo em casa, a BMW faria de tudo para garantir uma vitória.

Grid:
1) Montoya(Williams) – 1:38.117
2) R.Schumacher(Williams) – 1:38.136
3) Hakkinen(McLaren) – 1:38.811
4) M.Schumacher(Ferrari) – 1:38.941
5) Coulthard(McLaren) – 1:39.574
6) Barrichello(Ferrari) – 1:39.682
7) Heidfeld(Sauber) – 1:39.921
8) Raikkonen(Sauber) – 1:40.072
9) De la Rosa(Jaguar) – 1:40.265
10) Trulli(Jordan) – 1:40.322

O dia 29 de julho de 2001 estava quente e abafado em Hockenheim, na Alemanha e o favoritismo da Williams era gigantesco com essas condições, mas nem por isso os problemas deixaram de acontecer. Os dois carros da Minardi tiveram problemas e Alonso teve que largar com o carro de Tarso Marques, enquanto o brasileiro utilizaria o reserva, acertado para Alonso. Na largada, os dois carros da Williams dispararam, mas Michael Schumacher tem problemas de seleção de marchas na sua Ferrari e fica para trás. Olivier Panis larga lentamente também, mas ao conseguir atingir a velocidade, o francês desvia da Ferrari na última hora, fazendo com que Luciano Burti, que vinha logo atrás, acertasse o carro de Schumacher em cheio. O brasileiro da Prost alçou vôo, ficou com o bico do seu carro apontado para o céu, caiu em cima da Arrows de Enrique Bernoldi e bateu na barreira de pneus. Simplesmente espetacular, mas ninguém estava ferido, com Burti a postos com seu carro reserva, já que a bandeira vermelha deu as caras.

Na relargada, as duas Williams dispararam na frente novamente, com Montoya permanecendo em primeiro de forma confortável, enquanto Ralf Schumacher também corria sozinho, com uma boa vantagem sobre o terceiro lugar, que no momento era ocupado por Hakkinen. Os quatro carros de Ferrari e McLaren disputavam uma boa corrida pelo terceiro lugar, com Barrichello conseguindo uma ultrapassagem audaciosa sobre Coulthard ainda na primeira volta. Mais atrás, De la Rosa perde o controle do seu Jaguar e atinge em cheio a traseira de Heidfeld numa das fortes freadas das chicanes e ambos estavam fora. Com uma estratégia de duas paradas, Barrichello logo subiu para o terceiro lugar, mas nem com o carro mais leve, o piloto da Ferrari foi capaz de se aproximar dos carros da Williams, que decidiriam a corrida entre si.

Na metade da corrida, Montoya tinha 10s de vantagem sobre Ralf e 20s sobre Barrichello quando foi aos boxes para sua única parada. Foi um verdadeiro desastre! Um problema no reabastecimento fez com que a parada do colombiano se estendesse demais e Montoya ainda deixou seu Williams morrer. O resultado era que Ralf faria sua parada com tranqüilidade e aparecia em primeiro, mas a sonhada dobradinha da Williams-BMW na Alemanha não se concretizou quando o motor de Montoya quebrou logo depois de sua parada, provavelmente pelo enorme tempo parado sem refrigeração. Com a estratégia diferente, Barrichello estava a ponto de perder a posição para Schumacher, mas o alemão abandonaria a corrida com um problema de pressão de combustível. O próximo abandono do ferrarista aconteceria quase dois anos mais tarde...

Numa corrida em que os motores eram forçados ao limite, os dois carros da McLaren abandonaram quase que simultaneamente e quem se aproveitava disso era Jacques Villeneuve, que levava a BAR novamente ao pódio. A decadente Benetton, que vinha fazendo um papelão naquela temporada, marcava pontos com seus dois pilotos e Alesi somava mais um pontinho. Com a Williams em outro nível, Ralf Schumacher conquista mais uma vitória na carreira com mais de 40s de vantagem sobre Barrichello. Foi uma prova de força da Williams em circuitos de altíssima velocidade, mas essa vantagem do time inglês seria podada a partir do ano seguinte. Esta seria a última corrida de Hockenheim com suas enormes e famosas retas, que, se não produzia emoção para público e pilotos, tinha um charme todo especial. Saudades daquele tempo...

Chegada:
1) R.Schumacher
2) Barrichello
3) Villeneuve
4) Fisichella
5) Button
6) Alesi

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