É difícil fazer comparações de épocas e pilotos diferentes, mas o que vem acontecendo com Jenson Button nas duas últimas temporadas pode ser muito bem equiparado com Ayrton Senna na época em que enfrentava as Williams de ‘outro planeta’. Se as condições climáticas estão complicadas, é sempre bom olhar com carinho como se desenvolve a corrida de Button. Ele pode até não ganhar, mas a chance dele se sobressair é enorme, como aconteceu hoje em Hungaroring, lugar onde o inglês venceu pela primeira vez na sua carreira na F1. Também debaixo de chuva.
Por sinal, em 26 corridas em Hungaroring, apenas duas tiveram a chuva presente e todas as duas tiveram o mesmo vencedor. A travada pista na Hungria sempre decepciona quanto ao quesito emoção, mas na chuva, assim como aconteceu cinco anos atrás, a corrida foi bastante interessante, com muitos lances de emoção, principalmente nas primeiras voltas, quando a pista estava mais molhada. Com os pneus intermediários um pouco abaixo do que a pista exigia, as três primeiras voltas foi um show de derrapagens controladas e disputas por posições em todos os lugares. Rapidamente os dois carros da McLaren ultrapassaram o pole Sebastian Vettel e parecia que seria Hamilton a faturar a corrida quando a corrida se estabilizou e os pilotos colocaram os pneus slicks. Porém, Button já se aproximava do companheiro de equipe quando Hamilton deu uma rodada que lhe custaria caro mais tarde, nem pela perda momentânea da liderança. Os ingleses da McLaren ainda protagonizaram uma bela disputa, mas quando Hamilton reassumiu a liderança, a sensibilidade de Button se fez presente de forma decisiva. Uma garoa se abateu no circuito, fazendo com que alguns apressados procurassem os boxes, inclusive Hamilton. Button já tinha colocado pneus macios com o intuito de chegar até o final, mas ele teria que fazer um long-run e ainda torcer para que a garoa não se tornasse uma chuva forte. Quando Hamilton voltou aos boxes para colocar os pneus slicks novamente e as voltas foram se esvaindo, estava claro que Jenson Button seria o vencedor do Grande Prêmio da Hungria. Após dois abandonos por culpa da McLaren, o campeão de 2009 voltou a vencer e como tinha acontecido nas demais vitórias com o time prateado, o tempo instável se fez presente. Button pode não ter a velocidade e o arrojo de Hamilton, mas esse simpático inglês tem outros atributos que fazem com que ele consiga se sobressair e vencer corridas, como a de hoje. Já Hamilton teve uma corrida em que pode dizer que foi jogada no lixo. E não apenas por culpa dele. Além do seu erro em sua rodada, Lewis ainda cometeu a barbaridade de retornar da rodada dando um cavalo-de-pau sem olhar o que acontecia a sua volta, fazendo Paul di Resta sair da pista e até mesmo quase envolvendo seu companheiro de equipe Button num sórdido acidente. Talvez já imaginando a punição que estava por vir ao seu piloto, a McLaren inventou e na garoa que caiu em Budapeste, trouxe Hamilton para os boxes, mas o inglês não passou mais do que três voltas com os pneus, voltando aos slicks super-macios, só conseguindo uma boa ultrapassagem sobre Webber de bom, mas o quarto lugar foi muito pouco para quem liderou boa parte da corrida. Lewis Hamilton perdeu uma boa chance de embalar no campeonato com uma segunda vitória consecutiva, mas o inglês pôs tudo a perder novamente.
Mesmo largando na pole, provavelmente Vettel sabia que a vitória seria difícil e tratou de fazer o que era possível. Ou seja, marcar o maior número de pontos possíveis. E o alemão o conseguiu com a vantagem de ter chegado em segundo lugar atrás do piloto mais afastado de sua liderança, significando que sua vantagem na liderança aumentou ao invés de diminuir. Vettel não foi brilhante, mas mostrou a faceta ‘Jenson Button’ ao cuidar dos pneus quando foi preciso e o fez muito bem, não se assustando com a chegada de Alonso no final. Um segundo lugar que faz com que Vettel tenha o luxo de chegar todas as demais corridas em 5º lugar, que ainda será campeão. Mesmo nesse pequeno jejum de vitórias, alguém ainda duvida que Vettel será campeão? Os adversários já começaram a se desesperar e pensar em novas estratégias com diferentes níveis de sucesso. Se Alonso lucrou com sua parada a mais para andar mais tempo com pneus super-macios novos com um lugar no pódio, Webber errou bisonhamente ao colocar pneus intermediários na garoa que se abateu no meio da corrida, fazendo-o perder um pódio praticamente certo. Tanto Alonso como Webber já sabem que uma forma de bater de Vettel de alguma forma é tentar sair do usual, mas sabendo que haverá muitos riscos envolvidos. Felipe Massa estava até acompanhando Fernando Alonso no começo, principalmente com o espanhol cometendo alguns erros na pista escorregadia, mas quando foi a vez de Massa rodar, o brasileiro teve sua corrida definitivamente comprometida e mais uma vez foi o último das equipes de ponta com um modesto sexto lugar. À léguas de distância de Alonso, mesmo tendo largado a frente do companheiro de equipe.
Com a pista traiçoeira, alguns pilotos se destacaram e um deles foi Paul di Resta, que finalmente marcou pontos novamente com um sétimo lugar. O escocês fez uma prova cerebral, onde praticamente não errou e ainda superou com folga Adrian Sutil, que decepcionou demais num tipo de condição em que antigamente era fera e desta vez ficou longe dos pontos, mesmo largando entre os dez primeiros. A dupla da Toro Rosso também foi destaque e Buemi ficou à frente de Alguersuari, dando uma resposta a melhor fase do espanhol numa das mais animadas disputas entre companheiros de equipe da atual temporada. Afinal, quem perder entre Buemi e Alguersuari, dificilmente manterá o emprego em 2012. As Mercedes só apareceram bem na largada, com sua dupla tedesca pulando para a 4º e 5º posições, mas tanto Rosberg como Schumacher não foram capazes de se manter entre os primeiros colocados e foram perdendo vários posições, com Schumacher abandonando de forma estranha, após rodar depois de levar um toque aparentemente inofensivo de Felipe Massa, enquanto Rosberg se perdeu na estratégia e depois de levar três ultrapassagens de Massa, ficou ainda atrás de Di Resta. A Sauber deu até a impressão que podia pontuar em sua já conhecida estratégia de parar uma vez menos do que as rivais, mas Kobayashi foi presa fácil da dupla da Toro Rosso e de Nico Rosberg, caindo para a 11º posição, enquanto Sergio Pérez errou durante a primeira volta e ficou longe de pontuar, se tornando um fantasma durante a corrida. Rubens Barrichello vislumbrou com alguns pontos, mas o brasileiro acabou também falhando na tentativa de inventar e entrou nos boxes durante a garoa, destruindo suas chances de marcar ponto numa situação onde a experiência e a sensibilidade deveria ser um fator, mas Barrichello não soube utilizar. Maldonado foi outro que mal apareceu, enquanto a Renault só apareceu na corrida com o espetacular abandono de Nick Heidfeld por motivos até agora desconhecidos, mas a explosão do seu carro foi algo que a F1 há muitos anos não via. A Lotus tem o melhor carro das pequenas, mas o time as vezes falha no quesito confiabilidade e nem Kovalainen, nem Trulli viram a bandeirada, mesmo andando misturados com os pilotos de equipes média. A Virgin também só se fez presente num lance bizarro, quando Jerome D’Ambrosio perdeu o controle do seu carro durante um pit-stop. Daniel Ricciardo começa a colocar suas manguinhas de fora ao superar o muito experiente Vitantonio Liuzzi logo em sua terceira corrida com a Hispania. Ninguém pode pedir algo muito diferente do australiano, mas o fato de superar com folga um piloto mais experiente do que ele mostra o quanto Ricciardo realmente é bom. Esses fatos faltaram a Bruno Senna e Lucas di Grassi ano passado...
Ao contrário do normal, a corrida na Hungria foi emocionante, mas não foram as novas regras que ditaram uma corrida tão legal como a de hoje, mas, sim, as condições climáticas. E nesta condições, Jenson Button vem se tornando imbatível!
Por sinal, em 26 corridas em Hungaroring, apenas duas tiveram a chuva presente e todas as duas tiveram o mesmo vencedor. A travada pista na Hungria sempre decepciona quanto ao quesito emoção, mas na chuva, assim como aconteceu cinco anos atrás, a corrida foi bastante interessante, com muitos lances de emoção, principalmente nas primeiras voltas, quando a pista estava mais molhada. Com os pneus intermediários um pouco abaixo do que a pista exigia, as três primeiras voltas foi um show de derrapagens controladas e disputas por posições em todos os lugares. Rapidamente os dois carros da McLaren ultrapassaram o pole Sebastian Vettel e parecia que seria Hamilton a faturar a corrida quando a corrida se estabilizou e os pilotos colocaram os pneus slicks. Porém, Button já se aproximava do companheiro de equipe quando Hamilton deu uma rodada que lhe custaria caro mais tarde, nem pela perda momentânea da liderança. Os ingleses da McLaren ainda protagonizaram uma bela disputa, mas quando Hamilton reassumiu a liderança, a sensibilidade de Button se fez presente de forma decisiva. Uma garoa se abateu no circuito, fazendo com que alguns apressados procurassem os boxes, inclusive Hamilton. Button já tinha colocado pneus macios com o intuito de chegar até o final, mas ele teria que fazer um long-run e ainda torcer para que a garoa não se tornasse uma chuva forte. Quando Hamilton voltou aos boxes para colocar os pneus slicks novamente e as voltas foram se esvaindo, estava claro que Jenson Button seria o vencedor do Grande Prêmio da Hungria. Após dois abandonos por culpa da McLaren, o campeão de 2009 voltou a vencer e como tinha acontecido nas demais vitórias com o time prateado, o tempo instável se fez presente. Button pode não ter a velocidade e o arrojo de Hamilton, mas esse simpático inglês tem outros atributos que fazem com que ele consiga se sobressair e vencer corridas, como a de hoje. Já Hamilton teve uma corrida em que pode dizer que foi jogada no lixo. E não apenas por culpa dele. Além do seu erro em sua rodada, Lewis ainda cometeu a barbaridade de retornar da rodada dando um cavalo-de-pau sem olhar o que acontecia a sua volta, fazendo Paul di Resta sair da pista e até mesmo quase envolvendo seu companheiro de equipe Button num sórdido acidente. Talvez já imaginando a punição que estava por vir ao seu piloto, a McLaren inventou e na garoa que caiu em Budapeste, trouxe Hamilton para os boxes, mas o inglês não passou mais do que três voltas com os pneus, voltando aos slicks super-macios, só conseguindo uma boa ultrapassagem sobre Webber de bom, mas o quarto lugar foi muito pouco para quem liderou boa parte da corrida. Lewis Hamilton perdeu uma boa chance de embalar no campeonato com uma segunda vitória consecutiva, mas o inglês pôs tudo a perder novamente.
Mesmo largando na pole, provavelmente Vettel sabia que a vitória seria difícil e tratou de fazer o que era possível. Ou seja, marcar o maior número de pontos possíveis. E o alemão o conseguiu com a vantagem de ter chegado em segundo lugar atrás do piloto mais afastado de sua liderança, significando que sua vantagem na liderança aumentou ao invés de diminuir. Vettel não foi brilhante, mas mostrou a faceta ‘Jenson Button’ ao cuidar dos pneus quando foi preciso e o fez muito bem, não se assustando com a chegada de Alonso no final. Um segundo lugar que faz com que Vettel tenha o luxo de chegar todas as demais corridas em 5º lugar, que ainda será campeão. Mesmo nesse pequeno jejum de vitórias, alguém ainda duvida que Vettel será campeão? Os adversários já começaram a se desesperar e pensar em novas estratégias com diferentes níveis de sucesso. Se Alonso lucrou com sua parada a mais para andar mais tempo com pneus super-macios novos com um lugar no pódio, Webber errou bisonhamente ao colocar pneus intermediários na garoa que se abateu no meio da corrida, fazendo-o perder um pódio praticamente certo. Tanto Alonso como Webber já sabem que uma forma de bater de Vettel de alguma forma é tentar sair do usual, mas sabendo que haverá muitos riscos envolvidos. Felipe Massa estava até acompanhando Fernando Alonso no começo, principalmente com o espanhol cometendo alguns erros na pista escorregadia, mas quando foi a vez de Massa rodar, o brasileiro teve sua corrida definitivamente comprometida e mais uma vez foi o último das equipes de ponta com um modesto sexto lugar. À léguas de distância de Alonso, mesmo tendo largado a frente do companheiro de equipe.
Com a pista traiçoeira, alguns pilotos se destacaram e um deles foi Paul di Resta, que finalmente marcou pontos novamente com um sétimo lugar. O escocês fez uma prova cerebral, onde praticamente não errou e ainda superou com folga Adrian Sutil, que decepcionou demais num tipo de condição em que antigamente era fera e desta vez ficou longe dos pontos, mesmo largando entre os dez primeiros. A dupla da Toro Rosso também foi destaque e Buemi ficou à frente de Alguersuari, dando uma resposta a melhor fase do espanhol numa das mais animadas disputas entre companheiros de equipe da atual temporada. Afinal, quem perder entre Buemi e Alguersuari, dificilmente manterá o emprego em 2012. As Mercedes só apareceram bem na largada, com sua dupla tedesca pulando para a 4º e 5º posições, mas tanto Rosberg como Schumacher não foram capazes de se manter entre os primeiros colocados e foram perdendo vários posições, com Schumacher abandonando de forma estranha, após rodar depois de levar um toque aparentemente inofensivo de Felipe Massa, enquanto Rosberg se perdeu na estratégia e depois de levar três ultrapassagens de Massa, ficou ainda atrás de Di Resta. A Sauber deu até a impressão que podia pontuar em sua já conhecida estratégia de parar uma vez menos do que as rivais, mas Kobayashi foi presa fácil da dupla da Toro Rosso e de Nico Rosberg, caindo para a 11º posição, enquanto Sergio Pérez errou durante a primeira volta e ficou longe de pontuar, se tornando um fantasma durante a corrida. Rubens Barrichello vislumbrou com alguns pontos, mas o brasileiro acabou também falhando na tentativa de inventar e entrou nos boxes durante a garoa, destruindo suas chances de marcar ponto numa situação onde a experiência e a sensibilidade deveria ser um fator, mas Barrichello não soube utilizar. Maldonado foi outro que mal apareceu, enquanto a Renault só apareceu na corrida com o espetacular abandono de Nick Heidfeld por motivos até agora desconhecidos, mas a explosão do seu carro foi algo que a F1 há muitos anos não via. A Lotus tem o melhor carro das pequenas, mas o time as vezes falha no quesito confiabilidade e nem Kovalainen, nem Trulli viram a bandeirada, mesmo andando misturados com os pilotos de equipes média. A Virgin também só se fez presente num lance bizarro, quando Jerome D’Ambrosio perdeu o controle do seu carro durante um pit-stop. Daniel Ricciardo começa a colocar suas manguinhas de fora ao superar o muito experiente Vitantonio Liuzzi logo em sua terceira corrida com a Hispania. Ninguém pode pedir algo muito diferente do australiano, mas o fato de superar com folga um piloto mais experiente do que ele mostra o quanto Ricciardo realmente é bom. Esses fatos faltaram a Bruno Senna e Lucas di Grassi ano passado...
Ao contrário do normal, a corrida na Hungria foi emocionante, mas não foram as novas regras que ditaram uma corrida tão legal como a de hoje, mas, sim, as condições climáticas. E nesta condições, Jenson Button vem se tornando imbatível!
Um comentário:
Este jovem,com seu talento profundo,sua inteligência estratégica fantástica,sua educação lordesca e sua simplicidade está conquistando admiradores.
Um grandioso ser,a pátria canhota aplaudi-lhe menino,estamos orgulhosos de você,és brilhante e único!
Como citou o jovem Fernando Alonso:
“Ele é o melhor nestas condições. Cada piloto tem um ponto forte e um fraco. Button tem essa qualidade que nós não temos e precisamos aprender com ele. Sempre que a pista fica variável assim, ele toma as decisões perfeitas e se dá bem. Sem falar que tem uma confiança absoluta de pilotar nesse cenário.”
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