quarta-feira, 20 de julho de 2011

História: 30 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1981

A F1 estava cheia de surpresas nas últimas corridas da temporada de 1981, com alguns pilotos vencendo pela primeira vez e surpreendendo ao conseguir uma vitória num circuito que não favorecia seu carro. No rapidíssimo circuito de Silverstone, os favoritos estavam mais do que aparentes. O carro da Renault se comportava cada vez melhor e o time francês sempre andou em circuitos velozes, assim sendo, não foi surpresa a dobradinha da Renault na primeira fila, com René Arnoux superando seu companheiro de equipe Alain Prost por menos de cinco centésimos de segundo. E ambos estavam 1s na frente dos demais.

Quem liderava a turma era Nelson Piquet, que se aproximava do líder Carlos Reutemann e já pensando no futuro, testava na sexta-feira o Brabham BT50 equipado com o motor turbo BMW, mas o brasileiro utilizou nos treinos e na corrida o velho e confiável BT49. A Williams ainda sofria com os novos pneus Goodyear e tanto Jones como Reutemann não lutaram pelas primeiras posições. Antes da corrida, uma polêmica era a nova tentativa de Colin Chapman em colocar na pista o polêmico Lotus 88, proibido pela FIA no começo da temporada e também na Inglaterra, casa do time de Chapman. Essa falta de foco da Lotus acabou prejudicando seus pilotos, com De Angelis nas últimas posições e o piloto da casa Nigel Mansell ficando de fora da corrida por falta de desempenho.

Grid:
1) Arnoux (Renault) – 1:11.000
2) Prost(Renault) – 1:11.046
3) Piquet(Brabham) – 1:11.952
4) Pironi(Ferrari) – 1:12.644
5) Watson(McLaren) – 1:12.712
6) De Cesaris(McLaren) – 1:12.728
7) Jones(Williams) – 1:12.998
8) Villeneuve(Ferrari) – 1:13.311
9) Reutemann(Williams) – 1:13.371
10) Patrese(Arrows) – 1:13.762

O dia 18 de julho de 1981 estava frio e nublado em Silverstone, em mais um típico dia inglês, mas nem isso impediu que a fanática torcida inglesa lotasse o velho aeródromo, mesmo sem um piloto britânico lutando mais seriamente pela vitória. Na teoria. Na largada, os carros com motores turbo acabavam com um mito que é o retardo em baixas rotações e os quatro carros de Renault e Ferrari ponteavam a corrida na curva Copse, com Prost à frente de Pironi, Villeuneve (em outra largada excepcional) e Arnoux. Piquet era o líder dos carros aspirados.

Animado com sua primeira vitória na carreira, Prost imprimia um ritmo muito forte na frente e provando que a Renault tinha grande parte dessa ‘responsabilidade’, Arnoux rapidamente ultrapassou as duas Ferraris e subiu ao segundo posto ainda na terceira volta, mas um pouco afastado do seu compatriota. A Ferrari não tinha o mesmo ritmo dos carros da Renault e mesmo com um carro com motor aspirado, Nelson Piquet ultrapassou Villeneuve na quarta volta e já estava pressionando Pironi quando aconteceu o acidente que marcou aquela corrida. Levando seu carro ao limite, Villeneuve acabou batendo na zebra da curva Woodcote e perdeu o controle de sua Ferrari. Colado nele, Jones não pôde fazer nada e bateu forte no canadense, fazendo com que Watson, que vinha colado no piloto da Williams, freasse forte e para não atingir o companheiro de equipe, Andrea de Cesaris jogou sua McLaren nas cercas de proteção. No meio de tamanha confusão, Villeneuve, Jones e um irritado De Cesaris abandonavam a corrida, enquanto Watson permanecia na corrida. Um fato interessante foi Villeneuve tentando levar sua Ferrari aos pedaços aos boxes, como tinha feito em Zandvoort em 1979, mas desta vez seu carro estava tão destruído que o canadense teve que estacionar seu veículo na reta Hangar.

Não demorou para Piquet assumir a terceira posição ao ultrapassar Pironi, mas o brasileiro estava longe das duas Renaults. Após perder posições para evitar se acidentar, Watson começava uma incrível corrida de recuperação e em menos de dez voltas já estava em quinto. Correndo na frente dos rivais, Piquet nem estava forçando muito quando levou um baita susto na volta 11 quando um pneu dianteiro do seu Brabham estourou na curva Becketts e o brasileiro bateu forte no muro. Piquet saiu sozinho do carro, mas não conseguia caminhar e por isso foi levado no colo por um comissário e de lá foi para um hospital, onde nada foi constatado. Ao ultrapassar Reutemann, John Watson assumia a terceira posição, fazendo com que a torcida inglesa começasse a secar Prost e Arnoux como toda a sua força. E daria resultado...

Ainda na volta 18 Prost foi lentamente aos boxes com o motor estourado e a torcida foi ao delírio, mas deixou os jornalistas franceses irritados, clamando por fair-play dos grandes rivais ingleses. Watson se aproximava mais e mais de Arnoux e levava consigo a força da platéia, mas parecia que o irlandês não ultrapassaria o francês se não fosse um problema no carro da Renault. Apesar dos avanços, a confiabilidade do motor turbo da Renault não era o forte do equipamento e na volta 58 Arnoux perdeu rendimento de forma repentina, fazendo com que Watson assumisse a ponta duas voltas depois. O motor de Arnoux finalmente quebraria já nas voltas finais, para desespero da Renault, vendo outra corrida ganha indo para o ralo. Watson levou seu McLaren rumo à vitória, mas não comemorou muito ao cruzar a linha de chegada e subiu ao pódio junto com Reutemann e Laffite (um verdadeiro pódio máster!). Mas o irlandês não perdeu o humor. Quando comentou se esperava a vitória, Watson emendou. “Claro que sim! Cheguei em terceiro na Espanha e segundo na França. Pela evolução que eu tinha, eu seria o primeiro na Inglaterra!”

Chegada:
1) Watson
2) Reutemann
3) Laffite
4) Cheever
5) Rebaque
6) Borgudd

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