terça-feira, 16 de março de 2010

Enquanto isso no domingo...


A TV Bandeirantes chama a F-Indy de "Formula da Emoção", mas nessa corrida que foi organizada e praticamente trazida por ela, pode-se mudar de nome para "Formula do Caos". As corridas da Indy normalmente são mais animadas do que a F1, principalmente pelas constantes bandeiras amarelas, mas em São Paulo vimos uma corrida que teve de tudo. Isso sem contas com os treinos.

Para diminuir os efeitos da vergonhosa reta do sambódromo, a direção de prova resolveu fazer uma raspagem no piso e o resultado satisfatório, tanto que a Classificação ocorreu de forma tranquila, mas isso acabou por provocar o maior susto do final de semana. A poeira levantada pelos carros acabou por cegar quem vinha na parte de trás e o resultado foi um strike protagonizado por Takuma Sato (sempre ele!), que envolveu os favoritos Helio Castroneves e Scott Dixon. Mais atrás, Mário Moraes se assustou com a feada forte de Marco Andretti e literalmente voou por cima do carro do americano, causado uma cena dramática, onde a roda traseira de Mário estava bem em cima do cockpit de Marco. Após alguns momentos angustiantes, o representante da terceira geração Andretti saiu sem maiores problemas e a corrida foi reiniciada.

Dario Franchitti dominou a parte inicial da prova, seguido de perto do surpreendente Alexandre Tagliani, Ryan Hunter-Reay e Tony Kanaan. Tony, por sinal, era a maior esperança brasileira de vitória, mas ele acabaria atropelado por Tagliani, que fora atingido por trás por Dan Wheldon. A temida chuva tinha ameaçado cair antes da largada, mas ela veio forte bem no meio da prova, ocasionando a bandeira vermelha e a interrupção da prova. A organização ficou tão preocupada em acabar com as poças d'água, que o sol apareceu e praticamente secou a pista. Na bandeira verde, ficou aquela velha história: que pneu usar? Franchitti e um impressionante Dixon, em ótima corrida de recuperação, foram conservadores e usaram pneus de chuva, enquanto Hunter-Reay e os dois pilotos da Penske (Will Power e Ryan Briscoe) arriscaram e trocaram para pneus slicks. Aposta correta e rapidamente eles estavam na ponta e os três começaram a brigar pela ponta. Briscoe consegue a ultrapassagem sobre Hunter-Reay, mas acaba achando a proteção de pneus. Esse australiano é muito rápido, mas é tão desastrado quanto. Quando a bandeira verde reapareceu, faltavam poucos minutos e Power partiu para cima do americano, conseguido a ultrapassagem vencedora quando faltavam duas voltas.

Após uma temporada difícil, onde sofreu um grave acidente em que quebrou algumas vértebras, Power mostrou o motivo de Roger Penske apostar tanto nele, que abriu uma terceira vaga na sua famosa equipe, que aposentou de forma definitiva o famoso lay-out da Marlboro, que o automobilismo via desde 1974 com a McLaren de Emerson Fittipaldi. Foi uma corrida atípica, mas a pista precisa de melhorias urgentes e uma organização mais profissional e menos passional. A Band nos fazia parecer que tanto errata fazia parte e que tudo estava as mil maravilhas, apesar das críticas ferrenhas de todos que estavam presentes. Mas ao menos a corrida conseguiu ser realizada, algo que era duvidoso após o fiasco de sábado. Tomara que 2010 sirva de lição para os organizadores da São Paulo Indy 300 e que de 2011 em diantes as coisas melhorem. Pois piorar é impossível.

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