quarta-feira, 10 de março de 2010

Esquentando os motores


Após meses de muita especulação e testes, a F1 se prepara para sua primeira corrida em 2010 debaixo de muita expectativa com relação aos mais variados assuntos. Como no futebol brasileiro, veremos uma árdua briga pelo título, "Libertadores" e "rebaixamento".

Pelo título, obviamente, existem quatro equipes que destoam com relação as demais tanto pelo time montado, como pelo investimento. Ferrari, McLaren, Mercedes e Red Bull mostraram nos testes na Espanha que brigarão entre si pelos títulos de pilotos e construtores, com uma ou outra se destacando devido a um outro motivo em determinadas pistas ao longo do ano. A Ferrari parece um pouco melhor, mas há um ingrediente que pode ajudar as rivais dos vermelhos. A mistura de um espanhol louco para provar que é melhor piloto de sua geração com um brasileiro querendo mostrar que é um piloto de ponta pode provocar dores de cabeça numa equipe que nos últimos anos mostrou muita desorganização. Alonso e Massa tem que colocar na cabeça que, se quiserem ser campeões, precisam derrotar os seus mais próximos adversários e só depois degladiarem entre si, pois não faltam candidatos a furar a fila vermelha. A McLaren vem com um dupla fortíssima e um carro que nasceu rápido, principalmente com pouco combustível. O campeão Button mostrará que foi ou não um grande campeão enfrentando um piloto que é melhor do que ele e ainda está correndo praticamente no quintal de casa. Hamilton conseguiu evoluir o seu McLaren em 2009 praticamente sozinho e se não brigar com Button, como fez com Alonso em 2007, tem chances de incomodar bastante. A Red Bull foi o carro mais imitado de 2010 e o sucesso do projeto de Adryan Newey no final de 2009 pode dar o tom nessa temporada e não há quem fale por aí que a equipe energética escondeu o leite nos testes e que Newey acertou em cheio no seu mais novo carro. E a equipe ainda tem o talento de Vettel, um possível campeão no futuro, com o suporte de Mark Webber, que está cada vez mais conformado com o seu futuro ostracismo. A Mercedes voltou com investimento, marketing e Michael Schumacher para dar a Ross Brawn a chance de conquistar o bicampeonato, mas como já foi mostrado em várias outras oportunidades, dinheiro e talento nem sempre é certeza de títulos e o desempenho discreto nos testes mostram que Schumacher terá trabalho, enquanto Nico Rosberg tende a ser um ótimo coadjuvante.

Pela 'Libertadores', muitas equipes lutam para ser o melhor do resto e cada um tem uma arma diferente para se destacar e, quem sabe, incomodar os líderes. A tradicional Williams trouxe o também tradicional Rubens Barrichello para dar um toque ainda maior de experiência numa equipe que ainda vive do seu passado glorioso e da falta de grana. O motor Cosworth se mostrou potente e confiável, mas ainda longe dos melhores, enquanto Nico Hulkenberg provavelmente será o estreante do ano, mas resta saber se por méritos ou por falta de concorrência. A Force India vem mantendo um crescimento sustentável nos últimos tempos e com Adrian Sutil e Vitantonio Liuzzi, pode continuar sua subida rumo as primeiras posições, acabando com sua falta de acerto em pistas com muita carga aerodinâmica. Mesmo construindo um carro pela primeira vez, a Toro Rosso ainda segue sendo um equipe júnior da Red Bull e seus jovens pilotos são uma prova disso. Enquanto Buemi tenta mostrar que tem talento para 'subir' para a Red Bull, Alguersuaria mais fala do que faz. Apesar de todas as especulações, a Renault ficará mais um ano na F1, mas com dono novo. Na verdade, a montadora francesa está apenas fornecendo motores para uma equipe completamente nova, que ao menos tem o know-how da própria equipe francesa. Os testes não foram nada promissores e isso pode prejudicar a carreira promissora de Robert Kubica e da incógnita Vitaly Petrov. A Sauber voltou a F1 ainda usando o nome BMW, mas voltando a tradicional parceria com a Ferrari e inovando na escolha dos pilotos. Pedro de la Rosa voltou à F1 para se aposentar correndo, algo que não fazia há sete anos, enquanto Kamui Kobayashi, após encantar o mundo com um pilotagem agressiva, mas sem erros, ganhará uma chance de mostrar que suas duas corridas em 2009 não foram exceções.

Brigando contra o 'rebaixamento', as novatas Virgin, Lotus e Hispania lutam apenas para não atrapalhar os líderes enquanto levam voltas durante as corridas ou estão claramente lentos na Classificação. Cada uma de sua forma, os três times que estreiam na F1 terão um desafio enorme, com a Lotus se mostrando confiável e muito lento, a Virgin lenta, mas incrivelmente inconfiável, e a Hispania não mostrando nada, por que ainda não colocou seu carro nas pistas. Pena que Lucas di Grassi (Virgin) e Bruno Senna (Hispania) verão mais bandeiras azuis do que quadriculadas.

Apesar de todos os problemas e crises, a F1 comemorará seu 60º aniversário com um expectativa boa, pois há muitos pilotos bons querendo ser campeões e novas regras interessantes, como o fim do reabastecimento, que farão que a ação aconteça na pista, não nos pits. Que venha o Bahrein, então!

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