terça-feira, 1 de junho de 2010

Enquanto isso, no domingo...


Após uma manhã animada com uma corrida histórica na F1, a corrida mais cheia de história do automobilismo teria a largada de sua 94º edição apenas algumas horas mais tarde. As 500 Milhas de Indianápolis é minha corrida favorita e já fazem anos que acompanho a prova de perto, mesmo nos momentos mais bicudos, como no início da IRL, quando a tradicional prova era disputada com carros antiquados e pilotos mais antiquados ainda.

Retornando, bem aos poucos, aos bons tempos, Indianápolis parece cada vez mais forte e a terceiro ano da fusão das 'Indys' mostra uma categoria forte, mesmo com os mesmos favoritos de sempre. Dificilmente uma corrida sai das mãos do trio Penske-Ganassi-Andretti e na maior corrida do ano, não poderia ser diferente. A Penske, com 16 vitórias na pista de Indiana, mostrou força na Classificação ao colocar seus três carros entre os quatro primeiros, mas foi justamente o intruso da festa penskiana que dominou quando mais precisava. Dario Franchitti é aquele tipo de piloto parecido com vinho (ou uísque escocês), pois a experiência vem fazendo muito bem a este piloto que era considerado um dos pontos fracos da sua antiga equipe na Indy, a Andretti, foi campeão contra todas as expectativas, teve uma passagem frustrada na Nascar e voltou à Indy através da Ganassi conquistando o título logo de cara. Isso sem contar que tem a linda Ashley Judd ao seu lado.

Franchitti assumiu a ponta da corrida logo na primeira curva, um pouco antes da primeira bandeira amarela aparecer na pista, por autoria de Davey Hamilton. O escocês da Ganassi conseguiu um domínio até surpreendente na maior parte das 500 Milhas, liderando mesmo nas constantes relargadas que sempre compõe uma corrida desse porte. Porém, como também é tradicional em Indiana, o final da prova teve sua dose de emoção devido a estratégia, com alguns pilotos, como Mike Conway, Justin Wilson, Helio Castroneves e Graham Rahal arriscando uma tática diferente de pits. Eles precisavam de uma bandeira amarela de qualquer jeito, mas como ela não apareceu, cada um deles foi indo aos boxes nas voltas finais. Tony Kanaan, que havia largado em último, também visitou os boxes no final e quem aparecia em primeiro era novamente Franchitti, mas...

O escocês também estava economizando até a última gota de etanol e para piorar, Dan Wheldon vinha se aproximando com pinta de ter mais combustível. Sua equipe, a Panther, sempre anda bem em Indianápolis, mesmo sem nunca ter conseguido uma vitória, mas na última volta, a quase tragédia ocorreu. O britânico Conway voltou à pista brigando com Ryan Hunter-Reay e na última volta, o inglês acabou tocando rodas com o americano e acabou voando contra o alambrado de Indianápolis, num dos mais espetaculares acidentes dos últimos tempos em Brickyard. Uma perna quebrada e uma vértebra suprimida parece pouco para o tamanho do acidente no qual Conway foi vítima, mas o inglês provou que nem toda a segurança dos carros de corrida atuais podem evitar acidentes mais sérios.

Com essa última bandeira amarela, Franchitti praticamente garantiu sua segunda vitória em Indianápolis e a certeza de que sua carreira, que parecia, há dez anos atrás, como um coadjuvante de um Montoya dominante no final da década passada, hoje está mais fortalecida do que nunca.

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