sexta-feira, 2 de julho de 2010

História: 10 anos do Grande Prêmio da França de 2000


Michael Schumacher liderava o campeonato de pilotos com uma boa folga quando a F1 chegou à Magny-Cours, uma semana após uma bateria de testes (ainda lembram disso?) na pista francesa. Apesar da boa dianteira na ponta, o alemão estava tendo problemas de confiabilidade em sua Ferrari e as duas últimas corridas eram a prova disso, quando Schumacher quebrou em Monte Carlo quando liderava e só venceu em Montreal porque contou com a ajuda providencial de Barrichello, pois sua Ferrari estava a ponto de quebrar. Os testes da semana anterior foram problemáticos para a Ferrari, enquanto a McLaren se sobressaiu com David Coulthard. Com a má fase de Hakkinen, o escocês começava a se impor dentro da McLaren e a verdade era que essa era grande chance de Coulthard.

Porém, nos treinos, quem teve problemas de confiabilidade foi a McLaren, que viu Coulthard começar a Classificação com o carro reserva. Após algumas voltas ruins, o escocês voltou ao seu carro titular recuperado e brigou ferozmente com Schumacher pela ponta. Porém, a pista havia esquentado muito durante a sessão e o tempo que o piloto da Ferrari marcou no início do treino não seria batido, apesar dos esforços de Coulthard. O domínio Ferrari-McLaren continuava, com os quatro carros ocupando as quatro primeiras posições com alguma folga sobre os demais. E a corrida prometia algo parecido!

Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:15.632
2) Coulthard (McLaren) - 1:15.734
3) Barrichello (Ferrari) - 1:16.047
4) Hakkinen (McLaren) - 1:16.050
5) R.Schumacher (Williams) - 1:16.291
6) Irvine (Jaguar) - 1:16.399
7) Villeneuve (BAR) - 1:16.653
8) Frentzen (Jordan) - 1:16.658
9) Trulli (Jordan) - 1:16.669
10) Button (Williams) - 1:16.905

O dia 2 de julho de 2000 estava quente e úmido em Magny-Cours e mesmo com o sol forte, havia uma pequena perspectiva de chuva, o que poderia ser acalentador, lembrando a espetacular corrida de 1999, debaixo de muita chuva. Porém, o dia estava perfeito quando os 22 carros alinharam no grid. Michael Schumacher era considerado um dos grandes largadores da F1, mas a fase parecia virar para o alemão e nem uma de suas marcas registradas ele pôde mostrar. Porém, isso o fez mostrar outra marca registrada. Mais lento quando as luzes apagaram, o alemão não teve pudor em jogar seu carro em cima de Coulthard, fazendo o escocês perder a segunda posição para Barrichello. Era o primeiro entrevero entre Schumacher e Coulthard.

Tendo Barrichello como escudo, Michael Schumacher trata logo de colocar uma boa vantagem sobre as McLarens, pois com pista seca, todos sabiam que a corrida em Magny-Cours seria decidida nos boxes. Ou não? Enquanto lá na frente não havia briga por posições, no pelotão intermediário havia trocas de posição e isso causou uma enorme confusão na equipe Prost. Correndo em casa e na frente de torcedores e patrocinadores, a equipe do tetracampeão mundial precisava de um bom resultado, mas a verdade era que Jean Alesi estava apenas em 14º, enquanto Nick Heidfeld brigava com a Benetton de Giancarlo Fisichella pela 15º posição. Numa tentativa de ultrapassagem do alemão no hairpin Adelaide, Heidfeld calculou mal a manobra e tocou na traseira... de Alesi! O francês rodou e caiu para as últimas posições, mas ao menos Heidfeld ultrapassou Fisichella, porém, não escapou do carão quando chegou aos boxes...

Lá na frente, os pilotos começavam a se preparar para as primeiras paradas e os tanques mais vazios pareciam funcionar melhor para a McLaren, com Coulthard partindo para cima de Barrichello, seu antigo rival na F3 Inglesa. Na volta 22, o escocês tentou a ultrapassagem no hairpin, mas Barrichello fechou a porta, porém, o piloto da Ferrari deixou seu carro escorregar e Coulthard aproveitou a brecha para assumir a segunda posição. Imediatamente, o piloto da McLaren começou a tirar a diferença para Schumacher. Após as paradas, Schumacher passou a ter problemas com o seu set de pneus e rapidamente foi alcançado não apenas por Coulthard, mas por Barrichello e Hakkinen. Os quatro primeiros estavam colados!

Porém, as atenções estavam voltadas para a briga pela primeira posição, pois Coulthard confessou que tinha ficado uma arara com a manobra de Schumacher mais cedo. O escocês foi com tudo para cima do ferrarista, mas Schumacher não renderia fácil e numa tentativa de Coulthard no hairpin, o alemão novamente não teve pudor em fechar a porta do adversário. Frustrado e irritado, David Coulthard fez questão de mostrar seu descontentamento e mostrou o dedo médio em direção a Schumacher, com milhões de pessoas assistindo. "Eu sei que isso não esportivo e peço desculpas. Tinha muitas crianças assistindo." Esse episódio, conhecido como "O dedo de David", mostrou que Coulthard não estava para brincadeiras, não se curvando às manobras fortes de Schumacher, e isso ficou claro algumas voltas mais tarde, quando o escocês ultrpassou o alemão no mesmo local. E desapareceu na frente!

Schumacher aparentava ter problemas, mas Hakkinen não estava tão inspirado quanto seu companheiro de equipe e não atacou seu rival. O finlandês preferiu usar a via mais fácil e esperou pelo segundo pit-stop, mas a Ferrari trabalhou mais rápido e Schumacher permaneceu em segundo, porém, a dobradinha da McLaren se consumou quando Schumacher tem o terceiro problema mecânico consecutivo e viu pelo retrovisor o seu motor Ferrari abrir o bico já nas voltas finais. Coulthard vence e a diferença entre o escocês e Schumacher no campeonato era de apenas 12 pontos, com o piloto da McLaren claramente em um melhor momento. Porém, o campeonato tinha chegado apenas na metade e muita coisa iria acontecer ainda...

Chegada:
1) Coulthard
2) Hakkinen
3) Barrichello
4) Villeneuve
5) R.Schumacher
6) Trulli

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