Após um ano maravilhoso, onde conquistou seu único título mundial, Jody Scheckter sofria com o mal rendimento da Ferrari e, mesmo com apenas 30 anos, anunciou antes do Grande Prêmio da Inglaterra que estaria se aposentando no final da temporada. Com a saída do sul-africano, a expectativa era quem o substituiria na Ferrari em 1981. A F1 voltaria a Brands Hatch após dois anos e a evolução dos carros, principalmente por causa do efeito-solo, foi espantosa, com os carros chegando a baixar em 5s os tempos marcados em 1978. A equipe Fittipaldi recebeu um ultimato da Skol, sua única patrocinadora, de que se os resultados não melhorassem, a cervejaria romperia contrato. Alarmados, os irmãos Fittipaldi resolveram antecipar a estréia do novo F8, em substituição ao F7, projetado por Harvey Postlewaith com a ajuda do estagiário Adrian Newey.
Mesmo após a decepção na França, a Ligier mostrou sua força nos testes antes em Brands Hatch e confirmou isso com uma folgada primeira fila, desta vez com Pironi superando Laffite. A Williams, vinha logo a seguir, enquanto Nelson Piquet levou seu Brabham nas costas para ficar logo atrás dos seus rivais. Os pilotos equipados com pneus Michelin sofreram em Brands Hatch e o maior prejudicado foi Arnoux, que ainda brigava pelo título, mas teve que se contentar com a 16º posição. Desesperado em conseguir melhorar seu tempo, o piloto da Renault sofreu um forte acidente na Druids e, mesmo sem sérios ferimentos, ficou preso no carro alguns minutos. Mostrando a falta de motivação de Scheckter, combinado com os pneus Michelin não se entendendo com a pista de Brands Hatch, o sul-africano ficou em 23º, logo atrás de Emerson Fittipaldi, que ainda tateava com seu carro novo.
Grid:
1) Pironi (Ligier) - 1:11.004
2) Laffite (Ligier) - 1:11.395
3) Jones (Williams) - 1:11.609
4) Reutemann (Williams) - 1:11.629
5) Piquet (Brabham) - 1:11.634
6) Giacomelli (Alfa Romeo) - 1:12.128
7) Prost (McLaren) - 1:12.634
8) Depailler (Alfa Romeo) - 1:13.189
9) Andretti (Lotus) - 1:13.400
10) Daly (Tyrrell) - 1:13.469
O dia 13 de julho de 1980 estava com o clima tipicamente inglês em Brands Hatch, com um tempo nublado e com a chuva espreitando a cada momento. Brands Hatch tinha uma das largadas mais complicadas do calendário da F1, com sua reta estreita e cheia de descidas e subidas. Isso sem contar com a capciosa Paddock Bend, a primeira curva de Brands Hatch. Acidentes eram comuns! Para evitar qualquer incidente, Pironi tratou de largar forte e não deu chances aos seus adversários, chegando a Paddock na ponta. Laffite não larga tão bem e Jones tentou a manobra sobre o francês, mas Laffite freou forte na Paddock e se manteve em 2º, enquanto mais atrás Piquet deixava Reutemann para trás e subia para 4º.
Pironi imprimi um ritmo alucinante nas primeiras voltas e na segunda volta já tinha 3s de vantagem sobre Laffite e a diferença aumentava a essa taxa nas voltas seguintes. Laffite, não andando tão forte quanto seu companheiro de equipe, também se distanciava de Alan Jones, que mantinha Piquet e Reutemann sobre controle. Naquele momento, ninguém parecia capaz de segurar as duas Ligier, mas na volta 17, Pironi diminui seu ritmo. Ele havia baixado o recorde de Brands Hatch em praticamente todas as voltas! O francês se encaminhou aos boxes com um pneu apresentando um furo lento. Em tempos em que não havia paradas programadas, isso era um problema e foi maximizado com um péssimo trabalho da Ligier, que devolveu Pironi à pista em último. Sem saber, Didier Pironi começaria a contar seu futuro a partir de então.
Com o problema de Pironi, Jacques Laffite assumia a ponta com confortáveis 10s de vantagem sobre Jones e mesmo não tendo o ritmo de Pironi, Laffite tinha a corrida nas mãos, mesmo com apenas um terço da corrida completada. Porém, Laffite também sente um furo lento em seu pneu na 27º volta e tendo uma boa vantagem de 16s sobre Alan Jones, o francês tinha chances de voltar na liderança da corrida, se a Ligier não repetisse o pit-stop desastroso de Pironi. Quando passou na reta dos boxes, Laffite acenou para sua equipe que pararia na volta seguinte. A Ligier se preparou toda, mas... Laffite passou reto da entrada dos boxes. Quando estava no meio da volta, o pneu do piloto da Ligier estava claramente baixo e o Laffite acabaria se acidentando fortemente na curva Hawthorn, praticamente destruindo os sonhos de vitória da Ligier.
Agora quem assumia a ponta da corrida era Jones, com uma boa vantagem sobre Piquet e o brasileiro não sendo incomodado por Reutemann. Os três acabariam nessas posições na bandeirada. Porém, o grande destaque da corrida vinha sendo Pironi. Disposto a repetir o bom desempenho de antes do pit-stop, o francês novamente imprimia um ritmo alucinante e praticamente ganhava uma posição por volta, chegando rapidamente ao pelotão dianteiro. Na volta 54 ele ultrapassou Jarier e assumia a 5º posição, mas treze voltas depois o pneu do seu Ligier voltou a se esvaziar e o francês teve que abandonar. Após a corrida a Ligier chegou a conclusão de que um defeito na roda furou o pneu dos seus dois carros, acabando com a promissora corrida de ambos. Porém, milhares de quilomêtros ao sul, Enzo Ferrari assistia a corrida em seu escritório em Maranello e ficara impressionado com a atuação de Pironi, exigindo sua contratação. Didier Pironi faria uma polêmica dupla com Gilles Villeneuve a partir de 1981. Jones, com mais essa vitória, se consolidava na liderança do Mundial, mas Nelson Piquet ainda era uma ameaça constante.
Chegada:
1) Jones
2) Piquet
3) Reutemann
4) Daly
5) Jarier
6) Prost
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