Correr em casa nem sempre é sinal de sucesso, com os típicos casos de Rubens Barrichello (em Interlagos) e Jacques Villeneuve (no circuito que leva o nome do seu pai). Porém, para Casey Stoner, correr no belíssimo circuito de Phillip Island é sinal de vitória e pelo quarto ano consecutivo, o australiano venceu na frente dos seus torcedores, esposa e pais. Já Campeão do Mundo, Jorge Lorenzo fez o arroz-com-feijão para chegar em segundo, enquanto Rossi e Hayden duelaram até a última volta pelo lugar mais baixo do pódio, com vantagem para o italiano.
Duvido que haja um autódromo mais belo que o de Phillip Island, sede do Grande Prêmio da Austrália. Além do traçado límpido e rápido, com poucas curvas de baixa velocidade, o circuito australiano tem uma das vistas mais bonitas do mundo, com o lindo mar azul ao fundo, com direito a grandes gaivotas a voar (perigosamente) sobre o circuito e um gramado verde de fazer inveja a muitos estádios brasileiros. E com esse pano de fundo Stoner dominou inteiramente o final de semana caseiro, conquistando a pole e vencendo a prova de ponta a ponta, sem ameaçado em nenhum momento. De saída da Ducati, Stoner parece querer uma saída em grande estilo e após criticar duramente a moto no meio da temporada, o australiano goza de uma ótima fase, com três vitórias nas últimas quatro corridas. Por coinscidência, Stoner também passou maus bocados ano passado no meio da temporada, mas teve um ótimo final de ano em 2009. Parece que o australiano precisa acordar mais cedo para brigar mais forte pelo título, pois nesse momento, o máximo que pode aspirar é o vice-campeonato, em poder do seu futuro companheiro de equipe, que não correu por ainda sentir fortes dores na clavícula recém-operada.
Lorenzo fez uma corrida nota 6, onde largou bem, fechou Ben Spies na primeira curva, viu Stoner disparar na sua frente e desapareceu das vistas do 3º colocado. O espanhol pode estar apenas administrando, mas a verdade é que Lorenzo não vence uma corrida já faz um bom tempo e como precisa desenvolver a moto da Yamaha a partir de 2011, algo que já deve ter feito para a motor de 2010, Jorge parece ainda perdido em ser o principal ouvido na hora de construir uma moto. De saída da Yamaha e louquinho para testar a sua nova Ducati, Rossi foi animador da corrida, ultrapassando vários pilotos quando teve equipamento, mas quando os seus pneus começaram a se deteriorar, o italiano ficou a mercê de um ataque de Nicky Hayden nas voltas finais, na briga pelo 3º lugar. O americano chegou a ultrapassar o seu futuro companheiro de equipe, mas Rossi usou sua tradicional crueldade com seus rivais e ultrapassou Hayden na volta final, deixando o piloto da Ducati arrasado. Rossi está apenas se divertindo, sem muitas obrigações de desenvolver a moto e com o acidente na Itália, também sem a pressão de ser o grande favorito da corrida.
Na Moto2, os protagonistas foram dois pilotos que passaram por uma grande trauma recentemente. Alex de Angelis e Scott Redding atropelaram e mataram (involutariamente) Shoya Tomizawa em Misano e chegaram a pensar em abandonar suas carreiras, tamanho a tragédia. Porém, De Angelis e Redding deram a volta por cima e dominaram o final de semana australiano na Moto2 e o samarinês, conhecido pelo seu azar, venceu pela 2º vez na carreira, com Redding logo atrás após uma grande batalha entre os dois e Andrea Iannone. Ao contrário da morna corrida da MotoGP, a Moto2 nos proporcionou uma corrida eletrizante, em um momento com onze motos disputando posições! Isso significaria 75% do grid da MotoGP, que está definitivamente muito magro e precisando, urgentemente, de mais motos para melhorar o espétaculo.
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