terça-feira, 27 de março de 2012

Enquanto isso, no domingo...

Ao mesmo tempo em que a F1 realizava uma espetacular segunda etapa na Malásia, duas importantes categorias voltavam à ativa em 2012, mas com corridas mornas, não chegaram a empolgar o público. F-Indy e Stock Car recomeçaram neste ano com a obrigação de se reinventarem após temporadas ruins em 2011, por motivos bem diferentes. Enquanto a Stock vê suas chatas corridas desagradando seu grande parceiro, a Globo, a Indy ainda se refaz do trágico final de campeonato, quando o carismático Dan Wheldon nos deixou de forma terrível.

A Indy estreou um novo carro, que seria mostrado independentemente da morte de Wheldon, que desenvolveu o modelo, mas com o público clamando por mais segurança por causa do estúpido acidente que vitimou o inglês. O novo chassi se mostrou meio esquisito pelo pára-lama nas rodas traseiras e um pára-choque traseiro. Tudo pela segurança. A entrada de dois motores (Chevrolet e Lotus) para se juntar aos Honda também chegou para animar, mas a eterna briga Penske-Ganassi não terminou e foram dois pilotos das duas equipes que dominaram a corrida em St. Petersburg, pista ondulada e sem pontos de ultrapassagem. Basicamente, Helio Castroneves e Scott Dixon brigaram pela ponta por causa de estratégias erradas de seus adversários, principalmente o pole Will Power, notadamente o melhor piloto da Indy em circuitos mistos. Helio ainda teve o mérito de ultrapassar Dixon por fora enquanto brigavam pela primeira posição e garantiu a vitória sem grandes arroubos de emoção, pois mesmo próximo, Dixon não esboçava reação.

Castroneves passou por uma fase ruim e essa vitória pode fazer com que ele volte aos bons tempos, apesar do que o brasileiro da Penske nunca foi regular o suficiente para conseguir o título em sua longa carreira pela Penske na Indy, o que não deixa de ser desabonador para o piloto paulista que passou mais de dez anos na melhor equipe da América. Porém, o grande chamariz da corrida foi o desempenho de Rubens Barrichello. A Bandeirantes focou em Rubens o tempo todo, até mesmo estragando a transmissão algumas vezes para mostrá-lo, pois suas câmeras exclusivas estavam em péssima posição e mais atrapalhava do que ajudava. Dentro da pista, Barrichello foi discreto e ainda ficou sem combustível no final, tendo que se conformar com a 17º posição, duas voltas atrás de Helio Castroneves. Porém, pelo o que percebi, Barrichello continua o mesmo e já falou em vitória e brigar pelo título. Tem gente que vai na onda, como a própria Bandeirantes, mas o que muitos esquecem é que a equipe de Rubens é média e as corridas americanas tem suas peculiaridades, bem diferente do ritmo mais contínuo da F1 e que se acostumar a isso levará tempo. Barrichello reclamou por ter que economizar combustível, pois não estava acostumado a isso na F1. Talvez por isso ficou sem etanol no final. Mas antes de falar em vitória, tem que se classificar melhor e ter um ritmo mais rápido, o que Rubens esteve longe de fazer em St. Pete.

A Stock mudou algumas regras para tentar convencer a Globo a manter a transmissão das chatas corridas da Stock. Mudou horário, regulamento, mas Cacá Bueno continua vencendo e as corridas continuam chatas, sem a pretensa emoção que os organizadores tentam passar todos. A Stock parece ter seu esquema exaurido e precisa se reinventar, talvez como fez em 2000, para ganhar os tão importantes pontos na audiência.

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