O Grande Prêmio da França, que tenta retornar à F1 nos
próximos anos, teve como característica até os anos 70 a rotatividade entre
suas sedes. Rouen, Reims, Clermont-Ferrand... todas essas pistas míticas
fizeram parte em algum momento do calendário da F1, mas por motivos diversos,
sempre saíam do campeonato de F1e entrava outra pista tão boa e famosa quanto a
anterior. A França tem o circuito mais conhecido do mundo do endurance em Le
Mans, com mais de 13 km e a Federação local resolveu construir uma pista para
sediar uma escola de pilotagem no local da famosa corrida de 24 horas, denominada
de Bugatti Le Mans. Porém, a parte boa do circuito, como a reta Mulsanne ficou
de fora do novo circuito, considerado extremamente sem graça por todos que por
lá correram. Querendo mudar esse cenário, resolveram trazer a F1 para o
circuito de Bugatti Le Mans, mas os pilotos não gostaram nada da pista.
A Lotus ainda desenvolvia seu novíssimo motor Ford-Cosworth,
tão forte e potente como inconfiável. Graham Hill, que liderava a maior parte
dos treinos por causa dos problemas de Jim Clark com o fisco inglês, ficou com
a pole, superando por muito pouco o regular carro de Brabham, com seu dono ao
volante. Jack ainda não tinha conseguido bons resultados por ele mesmo fazer
boa parte dos testes de novas peças, ficando na mão algumas vezes, deixando o
segundo piloto, Denny Hulme, ficar com os melhores resultados. Grandes pilotos
nas 24 Horas de Le Mans, mesmo não correndo na pista principal, Dan Gurney e
Bruce McLaren se colocaram bem com o carro do americano, superando Hulme e a
solitária Ferrari de Amon.
Grid:
1) Hill(Lotus) - 1:36.2
2) Brabham(Brabham) - 1:36.3
3) Gurney(Eagle) - 1:37.0
4) Clark(Lotus) - 1:37.5
5) McLaren(Eagle) - 1:37.6
6) Hulme(Brabham) - 1:37.9
7) Amon(Ferrari) - 1:38.0
8) Rindt(Cooper) - 1:38.9
9) Irwin(BRM) - 1:39.4
10) Stewart(BRM) 1:39.6
O dia 2 de julho de 1967 amanheceu quente e ensolarado, como
sempre acontece no forte verão francês, que já havia causado sérios problemas
em outras edições e outros circuitos. Mesmo com um novo tipo de corrida, o
público de Le Mans não se animou muito com uma corrida mais curta do que sua
tradicional longa corrida de 24 horas e pouco mais de 20.000 pessoas
compareceram ao autódromo, frustrando os promotores da corrida. Na largada, no
formato 3x2x3, Graham Hill se manteve na ponta da corrida, mas acossado por Dan
Gurney e Jack Brabham.
Os três primeiros colocados cruzaram a primeira volta
colados, mas Brabham vinha mais forte e tentando se recuperar no campeonato,
assumiu a ponta ainda no decorrer da segunda volta. A boa corrida de Dan Gurney
durou pouco tempo, sendo superado pela segunda Lotus de Jim Clark. O escocês
sempre tinha certa desvantagem em relação à Hill, pois enquanto o inglês havia
treinado com o carro antes, Clark só tinha contato com seu Lotus quando chegava
ao autódromo, já que morava na França naquele tempo. Talvez se sentindo em
casa, Clark rapidamente subiu para o terceiro lugar e na quinta volta já
aparecia em primeiro, em duas ultrapassagens seguidas em Hill e Brabham.
Provando o enorme potencial do Lotus 49-Ford Cosworth, Graham Hill subiu para
segundo, mas Brabham se manteve por perto. Porém, a juventude do novo conjunto
da Lotus-Ford cobraria seu preço. Ainda na volta 11, com Hill na ponta, o
inglês abandonou com a transmissão quebrada, enquanto nove voltas depois, Clark
teve destino semelhante. Conta a lenda que a superioridade da Lotus era
tamanha, que Clark e Hill negociavam antes das corridas quem lideraria até o
carro quebrar...
Brabham assumiu a liderança com a classe e experiência de
sempre. Atrás do australiano, vinha Dan Gurney e o segundo piloto da Brabham,
Denny Hulme. Chris Amon começa a mostrar a força da Ferrari e inicia uma briga
com o compatriota Hulme, que duraria algumas voltas, mas a luta pelo terceiro
lugar se transforma numa batalha pelo segundo lugar com a quebra de Gurney, com
o problema de vazamento de combustível. Com sua falta de sorte incrível, Amon
abandonou na 47º volta e deixava os dois pilotos da Brabham dominarem o resto
da corrida. Quem se aproveitava para assumir o lugar mais baixo do pódio foi
Jackie Stewart. O escocês, limitado pelo BRM, subiu ao terceiro lugar depois de
largar apenas em décimo, mas sendo inteligente como é, Stewart soube ficar
atrás dos superiores Brabhams, mesmo uma volta atrás. Jack e Denny dominaram o
que seria o sonho de ver a F1 correndo em Le Mans. O fracasso de crítica e
público fizeram com que essa fosse a única e última edição do Grande Prêmio da
França em Le Mans.
Chegada:
1) Brabham
2) Hulme
3) Stewart
4) Siffert
5) Irwin
6) Rodriguez
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