sexta-feira, 15 de maio de 2009

História: 15 anos do Grande Prêmio de Mônaco de 1994


Não restam dúvidas que a F1 viveu um dos seus momentos mais complicados da sua história na quinzena após o Grande Prêmio de San Marino de 1994. Valia a pena um esporte matar duas pessoas em um final de semana enquanto competiam? O custo de um sonho era tão caro assim? A F1 chegou tensa ao principado e todos pareciam meio aéreos com tudo o que tinha acontecido. Todos no paddock ainda não haviam despertado do pesadelo em Ímola quando a bandeira vermelha voltou a balançar nas mãos do diretor de prova. Na chicane do porto, um Sauber estava com lateral destruída. Novamente cenas aterradoras voltaram a tona. Karl Wendlinger perdeu o freio do seu Sauber e bateu de lado no guard-rail. Ele estava desacordado? Ele estava com problemas na cabeça? Perguntas que foram feitas após os acidente Ímola voltaram a ser feitas em Monte Carlo e, infelizmente, a resposta era afirmativa em ambos os casos.

Wendlinger foi levado ao hospital e ficou em coma induzido. A Sauber voltava para casa, enquanto Max Mosley, aterrorizado com o que acontecia (e quem não ficaria?), banca uma série de mudanças nas regras da F1 que mudariam a face dos carros para sempre, algumas sendo feitas de imediato. No entanto, todos se preocupavam com Wendlinger e não faltou quem dissesse que o austríaco estava na verdade morto, com a notícia sendo revelada após a corrida no domingo, evitando que o tradicional Grande Prêmio de Mônaco não fosse cancelado. Após mais um choque, a F1 voltou ao 'normal' e Michael Schumacher brigou ferozmente com Hakkinen com a pole e o alemão acabou levando vantagem. Aqui vale um parentêse. Os que ainda insistem em comparar Senna a Schumacher, muitos dizem que o o alemão só conseguiu sua primeira pole após a morte de Senna, como se Schumacher nunca fosse conseguir uma pole com Ayrton na pista. Sem comentários.
Grid:
1) Schumacher (Benetton) - 1:18.560
2) Hakkinen (McLaren) - 1:19.488
3) Berger (Ferrari) - 1:19.958
4) Hill (Williams) - 1:20.079
5) Alesi (Ferrari) - 1:20.452
6) Fittipaldi (Footwork) - 1:21.053
7) Morbidelli (Footwork) - 1:21.189
8) Brundle (McLaren) - 1:21.222
9) Martini (Minardi) - 1:21.288
10) Blundell (Tyrrell) - 1:21.614

Como não poderia deixar de ser, antes da largada foi feita uma homenagem a Senna e Ratzenberger, com seus nomes sendo gravados na primeira fila, enquanto os pilotos ficaram um minuto em silêncio, em memória aos dois pilotos que estavam ao seu lado poucos dias antes. Um detalhe foi que alguns pilotos ficaram ao lado de Ratzenberger, como Frentzen, Schumacher, Irvine e Salo. Eles eram grandes amigos do austríaco. Barrichello e Christian Fittipaldi levaram bandeiras brasileiras com o S estilizado do ídolo morto. O dia estava nublado naquele dia e a largada tinha tudo para ser tranquila, vide os problemas ocorridos no final de semana. Porém, Hakkinen tenta defender sua segunda posição de qualquer jeito e quando vê Hill, que tinha feito uma ótima largada, tentando colocar seu Williams ao lado de sua McLaren, Hakkinen espreme o inglês e o resultado é um acidente na curva Saint-Devote, fazendo com que os dois abandonassem e Schumacher visse cair no colo uma enorme vantagem à frente.

Berger também tinha se livrado da carambola da primeira curva e era um solitário segundo colocado, sendo perseguido por Alesi e o surpreendente Christian Fittipaldi, levando seu Footwork ao quarto lugar. A corrida fica extremamente efadonha, com poucas emoções na pista. Mark Blundell deixa óleo na pista e quase põe Schumacher e Berger no guard-rail, mas enquanto o alemão consegue se recuperar rapidamente, Berger roda e deixa a McLaren de Martin Brundle em segundo. O inglês da McLaren tinha antecipado sua primeira parada e com pista livre ganhou terreno suficiente para ficar à frente de Alesi e Fittipaldi, porém Brundle teve que antecipar sua segunda parada quando a temperatura do seu motor aumentou demais quando detritos entraram no radiador do seu carro. Schumacher liderava com facilidade e conquistava sua quarta vitória em quatro corridas, enquanto Brundle ainda se recuperou para conseguir um ótimo segundo lugar, logo à frente de Berger. Andrea de Cesaris, que substituía o suspenso Eddie Irvine na Jordan, conseguia um surpreendente quarto lugar após ter que segurar até as últimas voltas a Ferrari de Jean Alesi, que chegou extremamente cansado ao final da corrida, pois o ferrarista estava voltando às corridas após o seu acidente num teste.

Após o pódio, muita gente foi ao hospital de Mônaco. Será que a notícia da morte de Wendlinger seria dada? Felizmente não, mas o austríaco passaria seis meses se recuperando e nunca mais seria o mesmo rápido piloto antes do seu acidente. Pelo menos Wendlinger sobreviveu para contar história...

Chegada:
1) Schumacher
2) Brundle
3) Berger
4) De Cesaris
5) Alesi
6) Alboreto

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