sexta-feira, 30 de abril de 2010

História: 15 anos do Grande Prêmio de San Marino de 1995


Não faltaram homenagens naquele final de semana cinzento em Ímola. Havia se passado um ano desde o trágico final de semana em que a F1 havia se reencontrado com a morte e perdido um dos seus maiores gênios. A Formula 1 estava diferente após aquele baque, mas o Autodromo Enzo e Dino Ferrari também estava. Se antigamente a pista era considerada extremamente rápida, as modificações motivadas por segurança deixaram a pista italiana obviamente mais lenta. A fatídica curva Tamburello se tornava uma chicane como qualquer outra no mundo. A curva Villeneuve agora tinha uma entrada mais lenta antes da freada da Tosa. As curvas que mataram Ayrton Senna a Roland Ratzenberger estavam diferentes, mas a dor não havia passado.

Além disso, talvez para trazer um pouco de alívio em tantas lembranças tristes, Nigel Mansell fazia mais um retorno à F1, desta vez na McLaren. O inglês de 41 anos de idade tinha ficado de fora das primeiras corridas por não caber dentro da McLaren MP4/10, mas Mansell já teria regalias de primeiro piloto quando estreou a versão B da McLaren. Porém, a grande estrela dos treinos era novamente Michael Schumacher, quando o alemão usou o seu enorme talento para tirar a desvantagem do seu Benetton com relação a Williams e ficou com a pole, seguido muito de perto pela Ferrari de Berger. Correndo em casa, a Ferrari sempre mostrava um desempenho superior em outras corridas e não faltavam comentários de dispositivos proibidos, com a FIA fechando os olhos, para que a Ferrari chamasse mais torcedores para as corridas.

Grid:
1) Schumacher (Benetton) - 1:27.274
2) Berger (Ferrari) - 1:27.282
3) Coulthard (Williams) - 1:27.459
4) Hill (Williams) - 1:27.512
5) Alesi (Ferrari) - 1:27.813
6) Hakkinen (McLaren) - 1:28.343
7) Irvine (Jordan) - 1:28.516
8) Herbert (Benetton) - 1:29.350
9) Mansell (McLaren) - 1:29.517
10) Barrichello (Jordan) - 1:29.551

O dia 30 de abril de 1995 estava chuvoso em Ímola, mas não a ponto de encharcar a pista. Era a típica situação onde não se sabe ao certo com que pneus largar, mas os ponteiros preferiram usar a via segura e os cinco primeiros do grid largaram, sem grandes incidentes, com pneus de chuva, enquanto o resto usava pneus slicks. Inicialmente, parecia que os pilotos que largaram com pneus biscoitos tinham uma vantagem clara sobre os demais, mas não demorou para que a sorte virasse.

Não chovia e estava claro o traçado seco na pista de Ímola e os líderes não demoraram a colocar pneus slicks, a começar pelas duas Ferraris. Michael Schumacher se segurou até a nona volta, mas resolveu trocar seus pneus quando liderava. Porém, na Subida da Acqua Minarale, o alemão perdeu o controle do seu Benetton e bateu forte no muro. Uma quase coinscidência nefasta aconteceu. Senna havia batido em 1994 às 13:16, enquanto Schumacher bateu um ano e um minuto depois. O alemão saiu irritado do seu carro e todos apontaram para um erro de Schumacher, querendo forçar demais enquanto ainda tinha pneus slicks e frios numa superfícia escorregadia, mas Michael disse que havia sido um problema técnico, provavelmente de suspensão. Rapidamente confirmada pela Benetton!

Para alegria dos tifosi, que lotaram o circuito em Ímola com a esperança de uma vitória ferrarista, Berger liderava à frente de Hill, que ganhara a posição de Coulthard durante as paradas de box, o segundo piloto da Williams e Alesi. Porém, a alegria da torcida italiana duraria pouco quando Berger faz sua parada e deixa seu carro morrer, fazendo o austríaco perder uma enormidade de tempo. Hill faz sua parada logo depois, enquanto Coulthard e Alesi passaram a brigar pela 2º posição, já que Berger havia caído para 4º.

A disputa entre Coulthard e Alesi era empolgante e o escocês tinha saído um pouco à frente do francês dos boxes, mas havia um motivo que apenas os sensores da FIA acusaram. Coulthard tinha sido rápido demais dentro dos boxes e não demorou para que o piloto da Williams tivesse que cumprir uma penalidade de 10s nos boxes, sem contar que o escocês ainda tinha uma avaria no bico. A corrida fica estática, com Hill abrindo uma enorme vantagem para as Ferrari, enquanto os torcedores italianos rezavam para que algo acontecesse com o Williams de inglês. E quase aconteceu, quando a mangueira de combustível fica presa no carro de Hill e o piloto da Williams perde tempo, mas, para infelicidade dos italianos, não o suficiente para que Hill perdesse a liderança para Alesi e vencesse com categoria. Um ano após a tragédia em Ímola, a Williams poderia comemorar uma emotiva vitória. Claro que a equipe dedicou a vitória a Senna.

Chegada:
1) Hill
2) Alesi
3) Berger
4) Coulthard
5) Hakkinen
6) Frentzen

2 comentários:

Sidney Andreato disse...

1995 foi uma de minhas temporadas favoritas!

Esse ano vc vai falar sobre as corridas daquele ano, né? hehe

João Carlos Viana disse...

Já é a 3º corrida de 1995. Dá uma procurada que vc axa!
vlw!