sexta-feira, 1 de junho de 2007

História: A primeira vitória de Senna em Mônaco



A temporada de 1987 vinha sendo uma continuação do ano anterior, com as Williams-Honda como o melhor conjunto da F1. Porém, a inconstância de Mansell e o acidente de Piquet na curva Tamburello em Ímola não deixou que essa superioridade se transformasse em liderança do campeonato. Assim como em 1986, Prost vinha se aproveitando dos erros da Williams e liderava o campeonato com uma vitória no Brasil e na Bélgica, se igualando a Jackie Stewart como o maior vencedor da história da F1. Mansell havia vencido em Ímola, mas um acidente com Senna no GP da Bélgica azedou de vez o relacionamento dos dois. Senna e Mansell chegaram a trocar sopapos nos boxes de Spa-Francorchamps. Senna tinha agora a força do motor Honda e uma novidade técnica que lhe causaria muita dor de cabeça no futuro: a suspensão ativa.

Esse era o panorama para o Grande Prêmio de Mônaco, a quarta etapa do Mundial de Fórmula de 1987. A Ferrari foi a protagonista dos dois treinos classificatórios. Mas por causa de acidentes. Berger bateu na saída do esse da piscina, mas o acidente do seu companheiro de equipe foi muito pior. Michele Alboreto vinha em velocidade máxima na subida do cassino, enquanto Christian Danner tinha acabado de sair dos boxes com sua Zakspeed. Alboreto não queria perder tempo e tentou achar uma brecha entre o carro do alemão e os guard-rails. O resultado por pouco não causa uma tragédia. Alboreto toca em Danner e foi jogado para o muro, com o carro em chamas. Ambos os pilotos não sofreram nenhum ferimento, mas Danner foi desclassificado da corrida por pilotagem perigosa.

Além da nova chicane no final da reta do túnel, outra novidade em Monte Carlo era a permissão para que 26 (com a desclassificação de Danner, viraria 25) carros largassem. Até 1986 o grid era restrito a 20 carros e com seis carros a mais, a preocupação era muito grande com a segurança e obter uma boa posição no grid era essencial. A Honda mostrava sua força dominando os três primeiros lugares do grid, com Mansell conseguindo a sua terceira pole em quatro corrida até então. Senna largaria na primeira fila e a expectativa pela largada era enorme. Mansell e Senna já tiveram vários incidentes quando ficaram lado a lado no grid e na apertada Saint Devote, um incidente era quase certo. Piquet completou a trinca da Honda, mas estava quase 1s mais lento do que Senna. Prost era o quarto colocado e estava pronto para se aproveitar de qualquer erro dos seus adversários a frente. Mesmo com o susto, Alboreto ficou em quinto no grid, seguido pela surpresa da classificação: a Arrows de Eddie Cheever.

Grid:

1) Mansell(Williams) 1:23.039
2) Senna(Lotus) - 1:23.711
3) Piquet(Williams) - 1:24.755
4) Prost(McLaren) - 1:25.083
5) Alboreto(Ferrari) - 1:26.102
6) Cheever(Arrows) - 1:26.175
7) Johansson(McLaren) - 1:26.317
8) Berger(Ferrari) - 1:26.323
9) Boutsen(Benetton) - 1:26.630
10) Patrese(Brabham) - 1:26.763


Na largada, Mansell saí muito bem e não dá chances para que Senna o atacasse. O inglês queria evitar a repetição do que havia ocorrido em Spa. Atrás de Senna vinha Piquet, Alboreto, Prost e Cheever. Mansell imprimia um ritmo de corrida muito forte e abria constatemente vantagem sobre Senna. Mais atrás, Piquet segurava a terceira colocação seguido de perto por Alboreto e Prost, que brigavam pelo quarto posto. As posições permaneciam as mesmas e Mansell estava despencado na frente até a volta 30, quando o inglês diminuiu o ritmo e deixou Senna passar. Mansell foi aos boxes abandonar com o turbo quebrado. Era tudo que Senna precisava.

Com uma boa vantagem sobre Piquet, Senna começou a passear pelo principado. Piquet, que nunca gostou de Mônaco, se acomodou no segundo lugar e começava a pensar no campeonato. Alboreto foi trocar seus pneus na volta 33 e ficou logo atrás do seu companheiro de equipe Berger, na sétima posição e com pneus novos, Alboreto não demorou para ultrapassar Berger. Com a parada do italiano, a Arrows tinha um resultado de sonhos: Cheever estava em terceiro e Derek Warwick era quinto! Mas o sonho da pequena equipe acaba na volta 59 quando Cheever abandona a corrida com o motor quebrado e como Warwick tinha quebrado o câmbio na volta anterior, a equipe saiu de Monte Carlo de mãos abanando. No finalzinho da corrida, Prost tem problemas de motor e perdeu um terceiro lugar certo. Com isso, Alboreto ficou com o lugar mais baixo do pódio.

Senna venceu com mais de 30s de vantagem sobre Piquet e Mônaco não apenas viu a primeira vitória brasileira, como também a primeira dobradinha! No pódio, Senna recebe o trófeo e o champanhe e não se toca da sua presepada. Sem perceber ele dá um verdadeiro banho na família real e seu chefe de equipe, Peter Warr, teve que servir de escudo para diminuir o estrago. Com esses resultados, Senna pulou para segundo no campeonato e se transformou no primeiro piloto a vencer com um carro dotado com suspensão ativa e conseguia seu primeiro triunfo com a Honda, mas o mais importante, começava uma era de vitórias consecutivas em Mônaco até se transformar no Rei de Mônaco.

Resultado final:
1) Senna
2) Piquet
3) Alboreto
4) Berger
5) Palmer
6) Capelli

Um comentário:

Folhetim Cultural disse...

Estou fazendo uma pesquisa sobre o Senna este blog foi um ótimo instrumento para isso. eu também tenho um blog gostaria que possam visitá lo.
Este é o endereço: informativofolhetimcultural.blogspot.com