quinta-feira, 9 de abril de 2009

História: Grande Prêmio dos Estados Unidos-Oeste 1979


Após um bom tempo sem corridas, a F1 cruzava o Atlântico rumo às ruas apertadas de Long Beach para o Grande Prêmio dos Estados Unidos-Oeste. Os americanos estavam bastante animados com o título do ídolo Mario Andretti, mas o ítalo-americano não tinha o domínio do ano anterior. O Lotus 79 havia sido alcançados pelos novos carros de Ferrari e Ligier, com destaque para os italianos, que vinham de uma emocionante dobradinha na África do Sul na estréia do novo modelo 312T4.

Gilles Villeneuve, que havia vencido em Kyalami, continuava sua boa fase ao conquistar a pole para a corrida americana, no qual quase havia vencido no ano anterior, mas se afobou quando ultrapassava o retardatário Clay Regazzoni e acabou batendo no muro. Carlos Reutemann mostra que a Lotus ainda podia conquistar bons resultados ao fechar a primeira fila. A Ligier, dominadora nas corridas sul-americanas, não demonstrava o mesmo rendimento, mas ainda figurava nas primeiras posições com seus dois pilotos ficando entre os seis primeiros e Depailler superando Laffite pela primeira vez. A Renault continuava sofrendo em circuitos travados por causa do motor turbo e a equipe passava o vexame de ver seus dois pilotos falhando na tentativa de colocar um dos seus carros no grid. Um pouco mais à frente, Brabham e McLaren não figuaravam entre os primeiros, com Piquet superando Niki Lauda na equipe de Bernie Ecclestone.

Grid:
1) Villeneuve (Ferrari) - 1:18.825
2) Reutemann (Lotus) - 1:18.886
3) Scheckter (Ferrari) - 1:18.911
4) Depailler (Ligier) - 1:19.025
5) Laffite (Ligier) - 1:19.032
6) Andretti (Lotus) - 1:19.454
7) Jarier (Tyrrell) - 1:19.580
8) Hunt (Wolf) - 1:19.643
9) Patrese (Arrows) - 1:19.727
10) Jones (Williams) - 1:19.910

O dia 8 de abril de 1979 estava com sol forte na Califórnia e o clima estava perfeito para uma corrida de F1. Porém, nem tão perfeito para pilotos, equipes e, principalmente, comissários. Tudo começou quando Carlos Reutemann tem problemas elétricos na saída para a volta de apresentação e deixa Colin Chapman discutindo ferozmente com um comissário de pista, que insiste, corretamente, para que o argentino fique na saída dos boxes, de onde largaria. Ou pensava que largaria. Villeneuve, num lapso de concentração, simplesmente esquece de parar no seu local no grid, levando consigo Depailler. Laffite pára seu Ligier no meio da pista totalmente atravessado, enquanto Depailler dava uma marcha ré, e todos os demais pilotos não sabiam se ficavam parados ou saíam. Foi um caos! Por causa dessa presepada, uma nova largada seria dada com todos os pilotos voltando às suas posições originais, menos Reutemann e Laffite, que sairiam dos boxes.

Na nova largada, tudo ocorre de forma mais tranqüila até a primeira curva. Villeneuve arranca muito bem e permanece na liderança, com Depailler e Scheckter brigando pelo segundo posto. O francês da Ligier veio por fora e ultrapassou o piloto da Ferrari, com Scheckter tendo a asa dianteira quebrada e perdendo a posição. No entanto, mais atrás houve uma enorme confusão na apertada curva número 1 e Patrick Tambay, com uma McLaren azul e branca numa promoção da Marlboro, perdeu o ponto de freada e atingiu o Shadow de Jan Lammers. O pobre do holandês tinha conseguido sua melhor posição em sua estréia na F1... O carro do francês voou e acabou caindo em cima da Brabham de Lauda, com ambos abandonando imediatamente, enquanto Lammers voltava aos boxes sem asa traseira e perdendo muito tempo nos pits.

Enquanto Villeneuve começava a disparar na frente, uma encarniçada batalha pelo segundo posto inicivava ainda na primeira volta, com Depailler, Scheckter, Jarier e Andretti envolvidos. Os quatro passaram boa parte da corrida colados, trocando posições, com Depailler perdendo a segunda e terceiras posições para Scheckter e Jarier, com o francês chegando ao segundo lugar. O piloto da Ferrari teve que ter paciência para deixar a Tyrrell de Jarier para trás e a ultrapassagem só veio na volta 27. Mesmo com a asa dianteira danificada, Scheckter se livrou do pelotão, mas o tempo perdido para Villeneuve era grande demais para uma reação.

Com as duas Ferraris destacadas na frente, a briga passou a ser pela terceira posição, com Jarier segurando Depailler e Andretti, que agora ganhavam a companhia de Alan Jones. O australiano tinha feito uma ótima corrida no ano anterior e repetia a dose em 1979, logo ultrapassando o então campeão Andretti. Quando finalmente Jarier não conseguia segurar o seu carro, ele foi ultrapassado em três voltas consecutivas por Depailler, Jones e Andretti. Quando a corrida parecia assentada na frente, Depailler perde a quarta marcha e é ameaçado por Jones, que efetua a ultrapassagem na volta 62 e logo depois é a vez de Andretti superar o piloto da Ligier. Ao fim das oitenta voltas, Villeneuve havia liderado toda a corrida e conseguia a segunda vitória consecutiva, assumindo a liderança do campeonato, enquanto Scheckter fazia um campeonato bastante regular e subia ao pódio mais uma vez, tendo a companhia de Alan Jones, comprovando que a Williams poderia ser um fator no campeonato. Após o domínio da Ligier, o bastão era passado para a Ferrari, que aproveitava para deixar seus dois pilotos em uma situação confortável no campeonato.

Chegada:
1) Villeneuve
2) Scheckter
3) Jones
4) Andretti
5) Depailler
6) Jarier

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