terça-feira, 31 de julho de 2007

História: 30 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1977

O acidente de Niki Lauda em Nürburgring foi a gota d'água para o velho circuito alemão. Mesmo com todas as reformas durante os anos 70, o autódromo já estava obsoleto demais para o circo da F1 e com a gradual entrada da TV, a transmissão do Grande Prêmio da Alemanha era uma constante dor de cabeça para os produtores. Já estava decidido que o
XXXIX Grosser Preis von Deutschland seria realizado mesmo em Hockenheim, mas o velocíssimo circuito que cruza a Floresta Negra também não tinha boas lembranças. Dois anos antes de estrear na F1 em 1970, Hockenheim foi o palco da morte de Jim Clark numa corrida de F2.

As duas grandes estréias da etapa anterior, na Inglaterra, não estariam presentes em Hockenheim. Mesmo com uma estréia marcante Gilles Villeneuve não se acertou com a McLaren e a equipe voltou a ter dois carros para James Hunt e Jochen Mass. A Renault resolveu aprimorar mais o seu novíssimo carro e acabou deixando de lado a etapa alemã para se concentrar nos testes com Jean Pierre Jabouille. Com o segundo lugar de Lauda em Silverstone, o austríaco estava de volta a liderança na sua volta ao Grande Prêmio da Alemanha um ano depois do acidente que quase tirou sua vida. Porém, um dos seus principais rivais na temporada, Jody Scheckter conseguiu sua primeira pole na temporada e deu a sua equipe Wolf a primeira pole da pequena história da equipe canadense. Comprovando a boa fase da Brabham, John Watson colocou a equipe de Bernie Ecclestone ao lado de Scheckter na primeira fila, por sinal, pela terceira vez consecutiva Watson largaria da segunda posição. Lauda ficou em terceiro e teria ao seu lado o motivado James Hunt, animado com sua vitória em casa quinze dias antes e com a evolução do novo McLaren M26. Hans-Joachim Stuck ratifica a boa forma da Brabham ao ficar em quinto dentro de casa. Depois de um bom começo de temporada, Emerson Fittipaldi não conseguiu classificar seu Copersucar e não largaria no domingo.

Grid:
1) Scheckter(Wolf) - 1:53.07
2) Watson(Brabham) - 1:53.34
3) Lauda(Ferrari) - 1:53.53
4) Hunt(McLaren) - 1:53.68
5) Stuck(Brabham) - 1:53.91
6) Laffite(Ligier) - 1:53.97
7) Andretti(Lotus) - 1:53.99
8) Reutemann(Ferrari) - 1:54.27
9) Nilsson(Lotus) - 1:54.44
10) Brambilla(Surtees) - 1:54.53

O dia amanheceu com sol e uma temperatura amena e isso ajudaria os carros, pois as longas retas de Hockenheim não estavam muito amigáveis com os frágeis motores do final dos anos 70. Scheckter larga muito bem e despacha Watson com facilidade ainda antes da primeira curva. No final do grid um acidente envolveu Clay Regazzoni e Alan Jones e os dois ficaram pelo caminho. Os cinco primeiros mantiveram suas posições com Scheckter à frente de Watson, Lauda, Hunt e Stuck. Não demorou muito para esses cinco pilotos se desgrudarem do resto dos carros, que eram liderados por Laffite. Ainda na segunda volta Reutemann e Andretti ultrapassagem o francês e o argentino já estava num distante sexto lugar. Atrás de Laffite, andando num surpreendente nono lugar estava Patrick Tambay, que fazia suas primeiras corrida num Ensign.

Scheckter passou a liderar um trenzinho com os cinco primeiros andando colados. A primeira baixa entre os ponteiros foi Watson, que se dirigiu aos boxes lentamente no final da oitava volta e abandonou ali mesmo. Motivo? Motor quebrado. Os quatro primeiros continuaram a sua briga particular e na volta 13 Lauda partiu para cima de Scheckter na parte da floresta e ultrapassou o sul-africano. Lauda ultrapassou, mas não disparou, enquanto Scheckter era pressionado fortemente por Hunt, acompanhado de perto por Stuck. A natureza destruidora de Hockenheim começou a fazer efeito no pelotão intermediário e Laffite teve o seu motor quebrado na volta 21. A próxima vítima seria o sétimo colocado Jochen Mass, que encostou sua McLaren com o câmbio quebrado e na volta 31 Gunnar Nilsson teve o motor quebrado.

A próxima vítima entre os líderes foi Hunt. Mesmo andando próximo a Scheckter, o motor Cosworth da McLaren do inglês não estava muito bem e na volta 33 ele abandonou a corrida, deixando Scheckter mais sossegado. Por enquanto. Usando o conhecimento local, Stuck encosta em Scheckter e sem muita alternativa se aproxima de Lauda. Os três andam próximos, mas não há muitas ameaças de parte a parte. Mais atrás Reutemann fazia uma corrida solitária e com a quebra de Hunt assumia a quarta posição e Andretti a quinta, mas o americano só ficaria duas voltas nessa posição quando seu motor quebra. Vittoria Brambilla vinha fazendo uma corrida bem consistente no seu fraco Surtees e já aparecia em quinto, mas Ronnie Peterson vinha fazendo uma prova de recuperação depois de largar em décimo quatro e ultrapassou Brambilla na volta 36. Porém Brambilla não se rende e dá o troco duas voltas depois a briga entre esses pilotos agressivos eram empolgante, mas não duraria muito. O motor da Tyrrel de Peterson também já estava nas últimas e faltando cinco voltas o sueco teve que abandonar deixando a última pontuação pontuável para o novato Patrick Tambay.

Mesmo com Sckeckter e Stuck por perto na maior parte da corrida, Lauda não teve muito trabalho em cruzar a linha de chegada com 14s de vantagem para o sul-africano, que por sua vez tinha apenas 6s de vantagem em cima de Stuck, que comemorou muito seu terceiro lugar e sua primeira visita ao pódio. A vitória de Lauda foi não apenas muito importante na sua briga pelo campeonato como também foi histórica. Aquela foi a centésima vitória da Goodyear na F1. A companhia de Akron tinha conseguido sua primeira vitória no Grande Prêmio do México de 1965 com Richie Ginther à bordo de um Honda. Foi a primeira vitória da marca japonesa e a última da era dos motores 1.5l.

Chegada
1) Lauda
2) Scheckter
3) Stuck
4) Reutemann
5) Brambilla
6) Tambay

Nenhum comentário: