quarta-feira, 4 de julho de 2007

Página policial

É impressionante como pessoas que tem um bom emprego, um ótimo salário e ainda assim podem se corromper de forma a comprometer suas próprias carreiras e prejudicar toda uma sociedade. Não, não estou falando de Renan Calheiros ou Joaquim Roriz, pois em Brasília a safadeza come solta faz tempo, ainda mais nesse governo Lula. Estou falando no mais impressionante caso de espionagem que a F1 já teve notícia. A rivalidade entre Ferrari e McLaren vem de longa data e mesmo com a impromissão de Williams, Benetton e Renault em algumas épocas, as equipes que dominam a F1 são mesmo Ferrari e McLaren. Nesse ano o campeonato será mais uma vez decidido entre as duas escuderias, numa disputa sensacional para ver qual das duas irá dar o melhor carros aos seus pilotos, mas eis que surge um intrincado jogo de sabotagem e espionagem que vem abalando a F1 na véspera do Grande Prêmio da Inglaterra.

Tudo começou quando a Ferrari anunciou que Nigel Stepney teria sabotado os carros de Massa e Raikkonen na véspera do GP de Mônaco. Stepney faz parte do alto escalão da Ferrari desde 1993 e para quem não se lembra, ele foi atropelado por Michael Schumacher no GP da Espanha quando Stepney era o responsável pela mangueira de reabastecimento (ainda bem que ele não foi responsável pela mangueira do Albers, sem bricandeiras, por favor). Ou seja, Stepney é uma pessoa conceituada dentro da F1 não é hoje. Desde o longuínquo ano 1984 Stepney conheceu o engenheiro mecânico Mike Coughlan (Desgraçado! Arruinando com a reputação da categoria!) na Lotus e entre idas e vindas, Stepney e Coughlan sempre trabalharam juntos. Coughlan é outro que cara respeitado na F1, tanto que sua função na McLaren é a mesma do gênio Adryan Newey.

A coisa começou a desandar quando Stepney não foi promovido a diretor técnico com a saída de Ross Brawn. O inglês não escondeu a decepção de ter ficado de fora e deve ter pensado "Italianos escrotos! Ralei 15 anos da minha vida aqui dentro para ser tratado assim. Vocês me pagam!" Stepney foi afastado no começo do ano, mas ele queria vingança. Ele pensou numa forma bem maquiavélica para prejuicar a Ferrari. "Já sei! Vou ajudar a McLaren... Mas como?" Stepney pensou e se lembrou do velho colega de trabalho Coughlan, que é desenhista-chefe da rival. Coughlan, doido para mostrar serviço e tirar a McLaren da fila, não hesitou em aceitar os documentos do amigo da onça. "Como esses caras passaram tanto tempo sendo campeões Nigel?", começa Coughlan. "Calma, Mike, dá uma olhada nesses desenhos e você começará a entender." E assim começou um dos maiores escandâlos da história recente da F1.

Claro que não sei se a trama se desenrolou assim, mas para dois técnicos do calibre de Stepney e Coughlan se corromperem dessa foram, a única coisa que me vem a cabeça é isso. Se foi assim, tudo bem, que prenda os dois, mas e se Ron Dennis sabia disso desde o início? Não daquelas pessoas da teoria da conspiração, mas que isso ainda pode dar treta, isso pode.

2 comentários:

Viscondi disse...

Bons salários, bons empregos e mesmo assim se corromper? Você está falando dos políticos brasileiros? Acho que entendi mal.

João Carlos Viana disse...

Que nada amigo. É o escandâlo que vem abalando as estruturas da F1. Mas se fosse falar da falcatruas de Brasília, o enredo não seria muito diferente...