terça-feira, 28 de agosto de 2007

História: 40 anos do primeiro Grande Prêmio do Canadá

O Canadá recebia corridas de grande porte desde 1961 no seu belíssimo circuito de Mosport Park. Porém, faltava aos canadenses a presença da F1 em seu país. A categoria já visitava os Estados Unidos e o México desde o começo dos anos 60 (o tempo em que a F1 dizia que as 500 Milhas de Indianápolis contava no seu calendário não vale) e os canadenses negociavam a vinda da F1 para a América do Norte. O ano escolhido foi 1967, mas os organizadores canadenses escolheram uma data atípica para realizar sua primeira corrida. O centenário do país seria em Agosto e a corrida da F1 seria uma ótimo forma de comemorar a data e a F1 aceitou sair da Europa, onde costuma até hoje realizar suas corridas no verão, e enfrentar o frio canadense.

Na base da regularidade e se aproveitando do bom carro que tinha em mãos, Denny Hulme liderava o campeonato com uma certa folga frente aos seus rivais. O neo-zelandês se aproveitou de um momento de fragilidade dos seus rivais e tinha 37 pontos quando a F1 chegou à América do Norte. Seu companheiro de equipe e patrão Jack Brabham fabricava peças novas e ele mesmo as testava durante treinos e corridas. Normalmente "Old Jack" era mais veloz do que Hulme, mas suas constantes quebras minavam suas chances de conquistar o título. Enquanto isso, a Lotus-Ford já demonstrava uma superioridade frente aos seus adversários, mas uma nítida falta de confiabilidade e assim, nem Jim Clark, nem Graham Hill podiam fazer muito coisa. A Ferrari sofria com o azar de Chris Amon, enquanto Dan Gurney e Bruce McLaren tinham que pilotar pensando em administrar suas equipes próprias.

Pedro Rodriguez não correria no Canadá graças a uma perna quebrada após um acidente de F2 em Enna-Pergusa e seu substituto seria o conhecido piloto de sportcars Richard Attwood. A McLaren estrearia o novo modelo M5A, enquanto Dan Gurney colocava um segundo carro para o piloto local Al Pease. A Lotus também disponibilizaria um terceiro carro para Eppie Wietzes e a equipe de Colin Chapman confirma a grande velocidade dos seus carros com Jim Clark conseguido mais uma pole com Graham Hill logo atrás e o líder do campeonato Hulme fechando a primeira fila.

Grid:
1) Clark(Lotus) - 1:22.4
2) Hill(Lotus) - 1:22.7
3) Hulme(Brabham) - 1:23.2
4) Amon(Ferrari) - 1:23.3
5) Gurney(Eagle) - 1:23.4
6) McLaren(McLaren) - 1:23.5
7) Brabham(Brabham) - 1:24.7
8) Rindt(Cooper) - 1:24.9
9) Stewart(BRM) - 1:25.4
10) Spence(BRM) - 1:25.8






Para frustração do público canadense, o dia da corrida amanheceu com muita chuva. Isso significava uma corrida menos favorável a potência dos Lotus-Ford. E também siginificava menos público no autódromo de Mosport Park para as longas 80 voltas da corrida. Na largada Clark sai bem, mas Hill é ultrapassado por Denny Hulme. Jackie Stewart faz uma largada sensacional e pula de nono para quarto ao final da primeira volta, mas logo é ultrapassado por Jack Brabham, que vinha fazendo uma boa corrida de recuperação. Hulme ultrapassa Clark na quarta volta e começa a se distanciar do escocês. A chuva fora muito bem-vinda para a equipe Brabham!

O novo carro da equipe de Bruce McLaren vinha bem e estava em quinto, mas o piloto-proprietário se empolgou demais na pista escorregadia e rodou na quarta volta e caiu para décimo segundo. Lá na frente, a corrida se resumia a uma briga entre Brabham e Lotus. Brabham ultrapassou Hill na sétima volta e passou a atacar Clark. Após sua rodada, McLaren mostrou o potencial do novo carro e de forma surpreendente chegou a quinta posição em menos de cinco voltas! Na décima volta McLaren ultrapassou Hill e duas voltas depois Brabham foi a próximo vítima!

Clark passou a ser atacado por McLaren, enquanto um pouco mais atrás Jackie Stewart mostrava seus dotes de ótimo corredor na chuva e ultrapassa Hill na volta 14 e Brabham na volta 21. Na volta seguinte, após perseguir de perto o Lotus-Ford, McLaren finalmente ultrapassa Clark e assumia a segunda colocação, fazendo uma dobradinha neo-zelandesa no Canadá. Porém, as coisas estavam para mudar.

A pista estava secando rapidamente e o carro de McLaren, após tanta luta vindo detrás, não estava bem acertado para aquelas condições. Hulme liderava com certa folga, enquanto seu compatriota era pressionado por Clark e o escocês voltou a segunda posição na volta 27. Brabham seguia de perto Stewart e o tricampeão deixou o escocês para trás na volta 33. Mais à frente, Clark vinha se aproximando de Hulme na briga pela primeira posição até ultrapassar o líder do campeonato na volta 58. Brabham, que já havia ultrapassado McLaren, também encostava no seu companheiro de equipe. Atrás de Brabham, uma animada briga pela quarta posição envolvia McLaren, Stewart e Dan Gurney. Então a chuva começou a cair com força novamente.
Na volta 68, o motor Ford-Cosworth mostrava que ainda precisava de muito desenvolvimento e deixou Clark na mão mais uma vez. Ao mesmo tempo Brabham ultrapassa Hulme e assumia a liderança da corrida. A briga pela terceira posição perdeu força com o abandono de Stewart e a perda de redimento de McLaren. Assim, Gurney ficou num muito distante terceiro lugar. Mais uma vez a equipe Brabham não tinha o carro mais rápido, mas usou da inteligência dos seus pilotos e da confiabilidade dos seus carros para conseguir mais um belo resultado. A tranqüila vitória de Brabham, mais de um minuto à frente de Hulme, deu o título de construtores à equipe australiana. Com esses resultados, Hulme disparava na liderança com 43 pontos e agora a equipe Brabham sabia que um dos seus pilotos seria o campeão, pois apenas Jack poderia alcançar o neo-zelandês. Ordens de equipe? Nem pensar! Enquanto isso, o Canadá entrava com tudo na F1 e permanece até hoje com muito sucesso no calendário da F1.

Chegada
1) Brabham
2) Hulme
3) Gurney
4) Hill
5) Spence
6) Amon

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