Tony Kanaan liderava a corrida de Homestead com tranqüilidade faltando dez voltas, quando por essas coisas do destino, o retardatário Ernesto Viso rodou bem na sua frente. Tony ainda tentou desviar, mas o toque, sutil, foi inevitável e acabou com o sonho do baiano de começar o ano liderando o campeonato da unificada F-Indy.
Foi uma pena para o principal piloto da Andretti-Green, que acertou seu carro para andar bem na corrida durante todo o final de semana e vinha coonquistando seu objetivo sem maiores sobressaltos, com uma boa vantagem sobre os dois carros da Ganassi após a saída do último pit-stop e merecia a vitória. Porém, o toque em Viso não foi o único susto de Kanaan durante a prova, pois ainda no início da corrida, o Tony se envolveu em um incidente com Hélio Castroneves, num toque a mais de 350 km/h que deu um frio na espinha, mas ainda bem que não houve maiores prejuízos para ambos. Contudo, o relacionamento estremecido entre os dois brasileiros deverá piorar daqui para frente, pois mesmo sendo um típico toque de corrida, sem maiores culpas nem para um, nem para o outro, haverá uma discurssão sobre o esbarrão.
Afinal de contas, quem venceu a prova de ontem à noite foi mesmo Scott Dixon, que dominou todos os treinos desde sexta-feira e fez uma prova cerebral para no fim ver a vitória cair no seu colo. Não resta dúvidas que, depois de Tony, Dixon foi o piloto que mais mereceu vencer neste sábado, mas a sorte que lhe faltou na última etapa do ano passado, sobrou ontem para o neo-zelandês. A Ganassi também viu dan Wheldon fazer uma excelente corrida de recuperação e chegar em terceiro, depois de ter largado em vigésimo segundo. O inglês fez uma prova agressiva no seu início, mas com o carro que tinha, fez mais do que sua obrigação. No entanto, o inglês chegou a liderar durante as paradas e brigou pela vitória até a sua última parada, quando parece ter perdido rendimento no último stint.
Marco Andretti surpreendeu pela velocidade e como não bateu, chegou num bom segundo lugar depois de liderar várias voltas. O neto de Mario Andretti, mesmo em sua terceira temporada na Indy, ainda tem que ganhar um pouco de cancha, pois nos momentos finais da corrida, quando realmente se decide uma corrida em um oval, Marco foi presa fácil de Kanaan e os carros da Ganassi. Já Danica Patrick fez o de sempre. Conseguiu uma boa Classificação por que é mais leve que seus pares, mas em ritmo de corrida foi caindo de produção e terminou em sexto, uma volta atrás dos líderes. Se não fosse mulher (e bonita), já estaria procurando emprego.
A Penske decepcionou um pouco, com Castroneves parecendo ter sido afetado pelo toque com Kanaan, pois o Homem-Aranha dançarino não foi mais protagonista da corrida de jeito nenhum, sendo até mesmo superado pelo seu companheiro de equipe Ryan Briscoe, que fazia uma boa estréia, mas como não podia deixar de ser, sofreu mais um acidente. Tudo bem que quem causou o acidente foi a péssima Milka Duno, mas o coitado do Briscoe tem um ímã tão grande com o muro, que se envolveu na rodada da venezuelana tentando desviar do carro da latina...
Os carros da Champ Car penaram bastante em Homestead, com as equipes desacostumadas não apenas com o carro, como também com corridas em ovais. Sem contar a inexperiência dos pilotos. Por isso, foi surpresa ter sido uma corrida relativamente tranqüila, com apenas dois acidentes, sendo que um causado por um piloto da IRL (Duno). O melhor da leva da Champ Car foi Oriol Servia, esse com alguma experiência anterior em ovais, da equipe HVM, que conseguiu a décima segunda posição e a cinco voltas dos líderes. A grande decepção, sem sombras de dúvidas, foi a equipe dominadora da Champ Car, Newman-Hass, que pôs Justin Wilson apenas na décima quinta e penúltima posição, sem o inglês aparecer nem em nenhum momento. Próxima semana, num circuito de rua, é que, talvez, veremos uma paridade maior entre as equipes da IRL e da Champ Car. Dos brasileiros que estreavam, o único que chegou até o final foi Mário Moraes, último dos que completaram, com treze (!) voltas de atraso. Bruno Junqueira, como que demonstrando o despreparo das equipes da Champ Car em circuitos ovais, abandonou simplesmente por que seu carro estava saindo tanto de traseira, que resolveu sair da prova por conta própria. Mesmo problema enfrentou Enrique Bernoldi, mas com o paranaense abandonando no final. Vítor Meira, este representante da IRL, fez uma corrida tão discreta que o postador aqui ia esquecendo dele!
Antes de acabar o post, vale um pequeno comentário sobre a transmissão de ontem da TV Bandeirantes. Semana passada todo mundo avacalhou com a TV Globo em sua tentativa de conservar Felipe Massa das garras dos críticos, o que acabou até mesmo atrapalhando o brasileiro. Depois da corrida de ontem, temos que dar Graças a Deus todos os dias por a Vênus Prateada ainda ter interesse pela F1, pois o que a Band fez ontem conseguiria enervar qualquer um. Apesar da excelente qualidade de imagem, a edição das mesmas foi terrível! Primeiramente, houve vários cortes desnecessários da TV americana, procurando sempre os brasileiros. A câmera on board do carro de Hélio Castroneves estava tão suja que não se conseguia enxergar nada. As tão propaladas "Câmeras exclusivas" pareciam estar a milhas de distância da pista e no final da corrida, vimos um longo e tenebroso take de Tony Kanaan andando sozinho pela pista, enquanto o pau comia na briga por outras posições. E falando em Kanaan, com todo o respeito, a esposa do baiano pode até ser bonita, mas não precisava a câmera ficar focando nela por tanto tempo, perdendo um enorme tempo de pista. Luciano do Valle parece cada vez mais cair de pára-quedas nas transmissões da Indy, inventando até um "Bryan Riscoe" e um "Enrique Bernô". Fora esse lenga-lenga de trazer uma corrida para Recife. Se acontecer eu iria adorar, pois não perderia por nada, mas na atual conjectura da Indy, é praticamente impossível encaixar uma etapa aqui no Brasil neste ou no próximo ano. Por último, para deixar a pior parte, as várias propagandas de uma promoção que não tinha nada a ver com a corrida que infestaram a transmissão de ontem. Depois de tudo isso, só podemos dizer uma coisa: Viva a TV Globo, viva!
Um comentário:
quando a gente pensa que não pode haver nada pior que galvão bueno narrando corrida lá vem o luciano do vale para mostrar o nosso engano e nos aporrinhar a ideia. não gosto muito de oval mas até que a corrida foi boa. o ponto distoante foi a narração infeliz.
porque as redes de teve não contratam alguem do ramo?
abraço do emerson de santos/sp
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