Acabo que ler que o ex-presidente da FIA, Jean-Marie Balestre, faleceu aos 86 anos de idade, de causas ainda desconhecidas. Balestre foi um dos fundadores da FFSA, a federação francesa de automobilismo, em 1950 e subiu ao poder da FIA em 1978, trocando o nome da entidade durante os anos 80. Uma das primeiras atitudes de Balestre foi entrar em conflito com Bernie Ecclestone pelo poder da F1 no início dos anos 80, criando a famosa guerra FISA-FOCA. Foi uma época em que houve corridas boicotadas, uma entidade paralela à FISA e uma greve de pilotos e outra de mecânicos. Quando a F1 começava a entrar numa crise irremediável, um acordo foi feito e Ecclestone ficou responsável pelo setor comercial da F1, enquanto Balestre ficaria à cargo do setor técnico.
Porém, sempre houve animosidade entre Ecclestone e Balestre e o inglês colocou seu testa-de-ferro Max Mosley na disputa pela presidência da FISA em 1991, com o advogado inglês vencendo a parada e até até hoje controla a entidade, renomeada novamente de FIA. Balestre ficou como presidente da FFSA até 1996 e desde então ficou fora dos holofotes. Porém, a quase vinte anos atrás Balestre viveu sobre os holofotes da briga entre Ayrton Senna e seu amigo Alain Prost. A rivalidade entre os dois maiores pilotos da época causou grande comoção na F1 e Balestre entrou na parada ao tentar suspender Senna pela manobra em Suzuka, no famoso acidente provocado pelo francês. Anos depois Balestre confessou que manipulou a desclassificação de Senna naquela corrida. Por causa dessa polêmica, Balestre passou a ser tão, ou mais odiado do que Prost aqui no Brasil, com o dirigente sendo bastante xingado quando ele veio ao Grande Prêmio do Brasil em 1990, primeira visita da F1 a terras brasileiras após os incidentes do Japão.
Porém, o tempo fez com que nós o esquecêssemos e ele partiu para uma aposentadoria tranqüila. Se não fez tudo certo em seus doze anos à frente da FIA, pelo menos Balestre se preocupou bastante com a segurança, criando novos dispositivos para avaliar a segurança dos carros e por causa disso, o dirigente foi o principal inimigo dos carros turbo nos anos 80. Mesmo se não conseguiu o perdão dos brasileiros (alguns), Balestre tem sua presença garantida na história do automobilismo.
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