Fico muito feliz em não ter que me preocupar em me referir a IRL, CART, Champ Car, OWS ou Fórmula Mundial para o campeonato que se inicia neste final de semana. A Fórmula Indy vai começar! Ok, o "Fórmula" foi invenção brasileira, mas o que importa é que doze anos perdidos após uma divisão bastante infeliz entre Tony George, dono do Indianapolis Motor Speedway, e os donos da antiga CART chegou ao fim a Indycar renasce das cinzas da Champ Car e do continuísmo da IRL.
A unificação das duas categorias se deu muito em cima da hora, com as equipes que migraram da Champ Car praticamente sem tempo para treinar com seus novos Dallaras. Por isso o campeonato deste ano terá novamente o domínio do trio de ferro Penske-Ganassi-AGR, com as vitórias sendo divididas entre os pilotos de sempre: Castroneves, Kanaan, Wheldon e Dixon. Essa semana as antigas equipes da Champ Car fizeram um teste de aclimatação para as equipes se entrosarem com o novo chassi e os pilotos terem contato com um circuito oval. Alguns, como foi o caso de Enrique Bernoldi, fizeram suas estréias nesse tipo de circuito. E os resultados foram desanimadores. A equipe Roth, que só participa de algumas provas da IRL, fez parte destes treinos e dominou as duas sessões com o dublê de piloto e chefe de equipe Marty Roth, que anos atrás recebeu uma bandeira preta durante as 500 Milhas de Indianápolis por estar lento demais...
Até mesmo a tradicional Newman-Hass-Lanigan ficou para trás e parar piorar perdeu seu segundo piloto, o promissor Graham Rahal, que sofreu um acidente na terça e não poderá participar da corrida deste sábado por que... sua equipe não tem peças! O cumprido Justin Wilson será o único representante da equipe, com o duo Carl Hass/Paul Newman voltando a enfrentar Roger Penske, Chip Ganassi e seu antigo piloto, Michael Andretti. Esse será o grande charme da unificação, mas esse ano será de reconhecimento para a equipe dos veteranos chefes de equipe.
Na Penske, Hélio Castroneves terá a grande chance de sua carreira, pois pela primeira vez não terá um grande piloto ao seu lado, pois Hornish Jr. está competindo (e batendo...) na Nascar. Castroneves tentará seu primeiro título dentro das pistas de corrida, pois nas pistas de dança, ele é já é rei! Seu companheiro de equipe será Ryan Briscoe, australiano muito rápido, mas um destruidor de carros e por isso foi demitido da Chip Ganassi em 2004. E falando no chefe de equipe, Chip manteve a equilibrada dupla Dan Wheldon e Scott Dixon para 2008, porém o inglês terá que melhorar bastante suas apresentações em circuitos mistos se quiser brigar pelo título nos próximos anos, pois há a possibilidade de um aumento substancial de provas com curvas para os dois lados.
Já na Andretti-Green, Tony Kanaan liderará uma série de pilotos jovens e inexperientes e por isso deverá se sobressair na briga pelo título, pois não terá Dario Franchitti ao seu lado, já que o atual campeão também se bandeou para a Nascar. E está sofrendo. Marco Andretti tentará apagar a má imagem deixada ano passado, quando sofreu inúmeros acidentes. Já Hideki Mutoh é uma incógnita e não fez muita coisa na Infiniti Pro Series (agora chamada de Indy Lights), mas por ser japonês garantirá várias emoções durantes as provas. Para o bem e para o mal. Danica Patrick foi o grande destaque da pré-temporada da Indy, mas como sempre, não pelo que fez nas pistas e, sim, fora delas. Seu ensaio sensual chamou a atenção do público (nem tanto da minha) e a frase pode ser infame, mas tem que ser dita: Danica pode não ser uma boa piloto, mas é uma piloto muito boa!
Vítor Meira continuará na equipe Panther e o Brasil terá o seu número de pilotos dobrado, com a chegada da Champ Car de Bruno Junqueira, Enrique Bernoldi e Mário Moraes. Junqueira é o mais experiente da trupe e é o único com experiência em ovais dos três migrados, mas o mineiro estará na equipe Dale Coyne, uma das mais fracas da Champ Car e certamente muito fraca na Indy Car. Seu companheiro de equipe será Moraes, piloto muito jovem e com pouquíssima experiência internacional. Será um ano, mais do que nunca, de aprendizado para o jovem piloto. Enrique Bernoldi passou muito perto de ficado a pé com a unificação, mas conseguiu um contrato com a Conquest aos 48 do segundo tempo e irá fazer sua estréia em circuito ovais.
Assim, a Fórmula Indy ou Indycar irá baixar suas cortinas para uma temporada esperada por todos, mas será um ano de transição e para curar feridas de uma briga que durou doze anos e que finalmente terminou.
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