sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Andrettinho

Antes que essa nova onda de filhos de grandes pilotos da F1 seguissem seus pais surgisse, como foi o caso de Villeneuve, Piquet e Rosberg, um filho de um grandíssimo piloto reconhecido nos dois lados do Atlântico apareceu para seguir a tradição familiar nos Estados Unidos. Michael Andretti foi um digno sucessor de Mario e foi uma lenda do automobilismo americano de monoposto e apesar de sua passagem pela F1 não tenha sido das mais felizes, Andrettinho ganhou fãs pelo mundo pelo seu carisma e a forma agressiva atrás do volante de um carro de corrida. Mesmo após abandonar (semi-oficialmente) as corridas, Michael já prepara o seu sucessor nas corridas: Marco Andretti. Dono da melhor equipe de monoposto dos Estados Unidos, Michael completa hoje 45 anos e vamos dar uma olhada na sua carreira.

Michael Andretti nasceu no dia cinco de outubro de 1962 na pequena cidade de Bethlehem, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos e desde cedo acompanhou de perto a carreira de Mario, então um piloto promissor nas corridas americanas. Como é normal nos Estados Unidos, a tradição familiar nas corridas sempre é seguida pelos filhos e o pequeno Michael começou sua carreira nos karts quando tinha tenros nove anos de idade e graças ao sobrenome famoso muitas portas se abriram para ele mostrar seu talento e conquistou vários títulos na categoria de acesso. Com 18 anos fez sua estréia no automobilismo ao volante de um F-Ford em Watkins Glen e no seu primeiro campeonato completo, Michael vence seis corridas da F-Ford da região Nordeste de 1981, mas não se torna campeão.

Seu primeiro título vem no ano seguinte na antiga F-Super Vê, onde fatura o campeonato com seis vitórias em onze corridas e de quebra fatura o não menos importante título de Rookie of the year. Em 1983 Michael corre pela primeira vez ao lado do pai nas 24 Horas de Le Mans e termina a corrida num excelente terceiro lugar. A carreira de Michael avançava de forma impressionante e ainda em 1983 se torna campeão da F-Atlantic, chamando a atenção de todos na América do Norte. Michael é contratado pela equipe Kraco e faz sua estréia na F-Indy (ou CART, como queiram) ainda em 1983 no Grande Prêmio de Las Vegas, onde largou em décimo nono e abandonou com problemas mecânicos.

Ainda pela Kraco, Andretti faz sua primeira temporada completa em 1984 e logo de cara consegue um décimo lugar em Long Beach, cujo vencedor foi... Mario Andretti. O companheiro de Andretti na equipe era o australiano Geoff Brabham, que só andava bem em circuitos mistos, pois em ovais Andretti já dava mostras do seu valor ao conquistar um terceiro lugar em Phoenix, apenas sua primeira corrida em oval na CART. Andretti registraria ainda mais três terceiro lugares (Sanair, Phoenix e Laguna Seca) e terminaria o campeonato num bom sétimo lugar. Em sua estréia em Indianápolis, Michael surpreende ao classificar seu carro em quarto e terminar a corrida em quinto, ganhando o prêmio de Novato do Ano das 500 Milhas junto com Roberto Guerrero.

Michael sofre um enorme susto quando se dirigia para a corrida em Pocono da CART em 1985 e o helicóptero que o levava juntamente com seu companheiro de equipe Kevin Cogan sofreu um pequeno acidente, mas Andretti não sofreu nenhum ferimento mais sério e ainda correu no final de semana, mas não foi um grande ano para Michael, com apenas um segundo lugar em Road America e o nono lugar no campeonato. Porém, a temporada seguinte seria o primeiro grande ano de Michael na CART. Logo na segunda etapa, em Long Beach, Andretti consegue sua primeira vitória na categoria e em Milwakee consegue sua primeira pole e de bandeja vence praticamente de ponta a ponta. No dia dos pais, a família Andretti entrou em êxtase com a briga entre Mario e Michael no final da corrida em Portland, com Mario vencendo o filho... por meros 0.07s! Foi a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocado por anos. Com mais uma vitória em Phoenix na penúltima etapa, Michael tinha apenas três pontos de desvantagem para Bobby Rahal quando a CART partiu para sua derradeira corrida num circuito de rua em Miami. Michael disputava seu primeiro campeonato com Rahal e ambos ainda não tinha sido campeões. Bobby Rahal, assim como Alain Prost era conhecido como "Professor", fez uma corrida cerebral vindo do quarto lugar no grid e chegou apenas em oitavo, já que Andretti tinha quebrado motor ainda na volta 45 de 112.

Michael agora já era um piloto de ponta nos Estados Unidos e era um dos favoritos ao título do ano. Andretti chegou a ser convidado para disputar o Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1986 substituindo Patrick Tambay na equipe Lola, que tinha quebrado um dedão no GP do Canadá, mas Andrettinho não conseguiu o lugar. Mais concentrado na Indy, Michael consegue quatro vitórias (Milwakee, Michigan, Nazareth e Miami), mas consegue seu segundo vice consecutivo, mais uma vez sendo derrotado por Rahal. Em 1988 os motores Chevrolet dominaram o campeonato e o título ficou desta vez para Danny Sullivan, enquanto Andretti sofria com os motores Ford, mas Michael ainda conseguiu proezas como a vitória no Marlboro Challenge em Miami e uma pole em Milwakee, uma de suas pistas favoritas. Após seis temporadas na equipe Kraco, Michael se junta ao pai Mario na equipe Newman-Hass e forma a primeira dupla de pilotos composto por pai e filho no automobilismo mundial e com os motores Chevrolet à disposição, Andrettinho consegue duas vitórias em Toronto e em Michigan, terminando o campeonato em terceiro.

O estilo agressivo de Michael já chamava a atenção do público, mas também lhe custava várias corridas e o comentário que existia era que o filho de Mario Andretti só seria campeão quando tivesse juízo. Em 1990 Michael disputou o título com outro filho de uma lenda americana: Al Unser Jr. Os dois polarizaram o campeonato vencendo 11 das 16 corridas, mas Little Al se tornou campeão graças a maior regularidade e uma incrível seqüência de quatro vitórias, enquanto Andretti vencia cinco vezes (Detroit, Portland, Meadowlands, Mio-Ohio e Road America). Foi o terceiro vice-campeonato nas cinco temporadas anteriores. A hora de Michael Andretti estava chegando e o seu primeiro título estava amadurecendo. Era apenas Michael colocar a cabeça no lugar e fugir dos acidentes.

Consciente disso, Michael passeou na temporada 1991 e conquistou seu título de forma avassaladora. Andretti quebrou o então recorde de vitórias numa única temporada de Bobby Rahal com oito vitória em dezessete corridas (Milwakee, Portland, Cleveland, Toronto, Vancouver, Mid-Ohio, Road America e Laguna Seca). Michael também bateu o recorde de pontos do sistema de pontuação da CART, liderou 46% do total de voltas da temporada, venceu o Marlboro Challenge em Miami, foi o primeiro piloto a ganhar 2 milhões de dólares numa única temporada e ainda foi escolhido o Piloto do ano pelos jornalistas especializados. Em Milwakee, onde Michael vencia pela quarta vez, a família Andretti ficou com todo o pódio, já que o primo John terminou em segundo e Mario foi o terceiro. Mesmo não conseguindo o título em 1992 (foi mais uma vez vice), Michael Andretti percebia que a CART estava ficando pequena demais para ele.

A CART atingiu o seu maior índice de popularidade no início dos anos 90 e incomodou até mesmo a F1. A Williams chegou a se interessar por Al Unser Jr. e a Benetton fez um teste com a então promessa Paul Tracy. Mario Andretti entrou em contato com seus velhos conhecidos dentro da F1 e conseguiu um teste para Michael no começo de 1991 em Estoril pela então equipe campeã, a McLaren. Andretti só completou doze voltas, apenas quatro com pista seca, mas foi o suficiente para Ron Dennis assinar um pré-contrato com Michael. Ainda no meio de 1991 Andretti fez mais um teste pela McLaren em Magny-Cours e isso era toda a experiência de Michael até setembro de 1992, quando Ron Dennis foi até Detroit acertar um contrato com o piloto sensação da América. A McLaren passava por um momento difícil (a saída da Honda da F1 e de Berger para a Ferrari, e Senna louco para ir para a Williams) e trazer Michael Andretti para a F1 era a jogada de marketing necessária para dar um boost na McLaren.

Michael Andretti assinou com a McLaren para a temporada 1993 com a opção para os próximos dois anos. Dennis falou para Andretti que tinha 90% de certeza de ter os motores Renault para 1993. E o pior que Michael acreditou... Com 31 anos de idade, era a oportudade ideal para Michael Andretti entrar na F1 pela porta da frente, numa equipe grande e com a possibilidade de brigar por vitórias. Porém, uma sucessão de eventos foi destruindo o sonho de Andretti. Em outubro de 1992 a FIA tinha imposto que a partir de 1993 os teste durante a temporada só seriam realizados nas pistas caseiras das equipes. Também haveria uma limitação do número de pneus durante o fim de semana e a Classificação só teria doze voltas por piloto. Para quem não conhecia a maioria das pistas, isso não foi nada bom para o aprendizado de Michael. Andretti começou os testes pela McLaren em dezembro de 1992 em Barcelona e Paul Ricard com os motores Honda V12, mas quando os Ford V8 foram instalados, a diferença de potência para os Renault era gritante.

Michael Andretti teria que se adaptar aos conceitos de suspensão ativa, controle de tração e câmbio semi-automático, bem diferente do seu antiquado Lola da F-Indy. Porém, o pior não era isso. A TAG teria que reprogramar todo o sistema eletrônico para o novo motor Ford. Isso ainda daria muita dor de cabeça para Michael! Outro problema era o companheiro de equipe de Andretti. Senna estava claramente insatisfeito com a McLaren e fez um contrato corrida a corrida com Ron Dennis. Sem saber se teria Senna, Dennis contratou Mika Hakkinen. Inicialmente Hakkinen seria o piloto de testes e eventualmente substituiria Senna se o brasileiro não chegasse a um acordo com Dennis. Isso foi péssimo para Andretti. Com Senna na equipe, Michael teria que enfrentar o melhor piloto do mundo da época mordido por ter sido preterido pelo maior rival na equipe que tanto desejava entrar. Com Hakkinen, como piloto de testes, Andretti teria uma rápida sombra atrás de si, com o finlandês louco para substituir o americano.

Outro problema era a escolhe de Michael de continuar morando nos Estados Unidos. Certa vez um problema impediu que Andretti completasse um teste e então se mandou para casa. Hakkinen, que estava no circuito, completou o teste e ganhou mais experiência com o carro. Apesar de Mario ter permanecido na Pensilvânia enquanto corria na F1, os tempos já eram bem diferentes dos românticos anos 70 em comparação aos científicos anos 90. Para piorar, havia Sandy. Não a cantora, mas a esposa de Michael. Sandy Andretti era uma perua antipática que usava as roupas mais bregas da face da Terra e coloca em sua cabeça chápeus de fazer inveja ao Sputnik. Acostumada a acompanhar o marido junto da equipe, Sandy foi até Ron Dennis pedir que ficasse ao seu lado durante as corridas e ainda queria usar os fones de rádio! Dennis ficou horrizado com tamanha audácia e mandou a perua pastar.

Com grande expectativa, Andretti começou bem em sua primeira corrida ao ficar em sexto no primeiro treino classificatório, mas problemas eletrônicos o derrubaram para o nono posto na Classificação decisiva. O pior de estar mais de 3.5s atrás do pole Alain Prost, foi estar mais de 3s atrás do companheiro de equipe. Por mais que seja Senna. Andretti teve problemas no câmbio e ficou parada no grid em sua primeira largada parada desde... 1983! A McLaren religou o carro de Andretti, mas o americano acabou com sua corrida na quarta volta ao atingir a traseira de Derek Warwick. Em Interlagos, Andretti conseguiu acompanhar um inspiradíssimo Senna em casa, ficando em quinto lugar, duas posições atrás do brasileiro. Após chegar aos boxes sorrindo com sua evolução, Andretti foi recebido com bastante emoção por Ron Dennis: "Por que diabo você está rindo? Você foi apenas quinto!" Com toda essa motivação, Andretti consegue largar, mas sofreu um sério acidente ainda antes da primeira curva, quando bateu com Berger e a McLaren de Andretti saiu capotando. Apesar do susto, Michael estava bem.

Com duas corridas desastrosas, Michael precisava desesperadamente de bons resultados e sua notória agressividade veio à tona. No famoso Grande Prêmio da Europa em Donington Park, Andretti chegou a emparelhar o tempo de Senna na chuva, mas enquanto Senna fazia uma memorável primeira volta, Andretti acertava a traseira de Karl Wendlinger. No final de três corridas, Andretti só tinha dado quatro voltas na F1, enquanto seu companheiro de equipe tinha duas vitórias. Com um carro inferior! Michael Andretti começava a virar a piada da F1, com suas espetaculares rodadas e erros de pilotagem sem sentido. Em Ímola, a McLaren estava tendo problemas com sua suspensão ativa na Variante Baixa e Senna já tinha rodado várias vezes no local, mas todos só lembram da única rodada que Andretti deu...

Na corrida, Andretti bateu mais uma vez em Wendlinger em um erro besta e a imprensa européia começava a especular. Quando a F1 chegou para o Grande Prêmio da Espanha, o que se dizia era que Patrese seria despedido da Benetton, Mansell entraria em seu lugar vindo da Newman-Hass, onde Michael Andretti entraria e Hakkinen assumiria o posto vago na McLaren. Apesar disso, Andretti conseguiu seus primeiros pontos em Barcelona, com um quinto lugar. Mesmo não sendo verdade, Dennis já admitia colocar Hakkinen no lugar de Andretti ainda em 1993 e o acidente besta de Michael em Mônaco não ajudou em nada sua vida. Mesmo tendo muita experiência em circuitos de rua, Michael largava tão lá atrás em Monte Carlo, que atingiu a... Minardi de Fabrizio Barbazza no hairpin Loews! Andretti se recuperou e fez uma corrida consistente, mas o problemas foi a vitória de Senna no principado.

Na única passagem pela América do Norte, Andretti não passou de uma décima quarta posição em Montreal. Andretti tem sérios problemas eletrônicos na França, mas ainda consegue um ponto em Magny-Cours, onde sua pilotagem na Curva Estoril fez lembrar o velho Michael Andretti dominador da CART. Uma semana depois, num teste em Magny-Cours, Andretti ficou apenas o.1s atrás de Senna. Em Silverstone, mais um abandono logo na primeira volta, em outro acidente com Berger. Na corrida seguinte em Hockenheim, mais um acidente com Berger, mas desta vez na quarta volta. Ron Dennis resumia mais um acidente do seu piloto: "Michael cometeu mais um erro." Na Hungria, Michael chegou a disputar posição de forma ferrenha com seu xará alemão Schumacher, mas na sua melhor corrida até então, o acelerador de Andretti travou e o americano abandonou mais uma vez.

Cansado dos erros de Andretti, Dennis já estava convencido que não queria mais o americano em 1994 e comentava que daria uma oportunidade para Hakkinen ainda em 1993, para o finlandês poder estrear no ano seguinte com alguma experiência na equipe. Claramente deixado de lado dentro da McLaren e louco para voltar para a CART, Michael decide fazer parte apenas das próximas duas corridas. Durante os treinos livres da Bélgica em Spa, Andretti quase se envolveu no seríssimo acidente de Zanardi. Voltando aos boxes, Senna, que estava próximo do acidente, explicava sua versão para a McLaren: "Eu tirei o pé, mas ele não!" sobre seu quase ex-companheiro de equipe. Em Monza, Andretti largou apenas em nono após uma rodada na Variante della Roggia. Na corrida, Michael ultrapassou (sem bater) Wendlinger e com os vários abandonos, conseguiu seu único pódio na F1. Correndo em sua segunda casa (já que Mario é italiano e adorado pelos tifosi), Michael estorou o champanhe em Monza e saiu de cena. Antes da largada já se sabia que aquela era a última corrida de Andretti na F1. Foram 13 Grandes Prêmios, onde abandonou em sete oportunidades e marcou os mesmos sete pontos conquistados por Hakkinen nas três corridas seguintes.

Se sentindo até mesmo humilhado, Michael Andretti voltou ao seu habitat natural pela equipe Chip Ganassi e na estréia do chassi Reynard, Andretti mostrou que o Michael visto na F1 era apenas um fantasma. Correndo um Surfers Paradise, Andretti venceu logo em sua primeira corrida da sua volta! Andretti ainda venceria em Toronto e terminaria o campeonato em quarto, motivando a Newman-Hass o trazer de volta para a equipe. Mesmo não tendo mais seu pai como companheiro de equipe (teria que enfrentar um ainda desastrado e desafeto Paul Tracy), Andretti fez uma bela temporada, onde marcou a pole nas quatro primeiras etapas, liderou 12 das 16 corridas, mas só venceu uma corrida em Toronto. O campeonato de 1995 foi um dos mais fortes tecnicamente na história da CART, com pilotos já conhecidos como Michael Andretti, Al Unser Jr., Bobby Rahal e Emerson Fittipaldi se juntando a jovens feras da estirpe de Jacques Villeneuve, Robby Gordon, Jimmy Vasser, Paul Tracy, Gil de Ferran e entre outros. E Michael se sobressaiu entre eles. Foi o último ano antes da separação entre CART e IRL.

Mostrando que estava longe de perder a velha garra, Andretti venceu cinco corridas em 1996 (Nazareth, Milwakee, Detroit, Road America e Vancouver) se tornando o vice com mais vitórias na história da CART, mas não foi capaz de superar a velocidade de Vasser. Em 1997 Andretti estréia vencendo em Homestead com o novo chassi Swift. Era a segunda vez que Michael fazia isso na carreira, mas esse ano não foi muito proveitoso para Andretti. A CART ficava cada vez mais forte e a Michael já não era um garoto imberbe do início dos anos 80. Andretti fica na Newman-Hass até o ano 2000, onde não briga mais pelo título e consegue vitórias eventuais. Em 2001 assina contrato com a Green-Motorola, onde vence uma corrida sensacional em Toronto, após ficar em vigésimo primeiro e ultrapassar quem via pela frente até conseguir sua sexta vitória na pista canadense. Com a CART em crise existencial e com cada vez menos carros, Andretti fica desmotivado, mas ainda consegue sua última vitória em Long Beach em 2002. Era seu triunfo de número 42, se tornando o terceiro piloto com mais vitórias na CART, atrás de Mario Andretti(52) e A.J. Foyt(67).

Com 40 anos de idade, Michael se junta aos irmãos Kim e Barry Green e formam a equipe Andretti-Green a partir de 2003 na rival da CART, a IRL. Michael corre até as 500 Milhas de Indianápolis daquele ano para tentar corrigir um erro histórico. Mesmo com Mario vencendo a edição de 1968, a família Andretti tinha muito azar em Indianápolis, com várias corridas perdidas de forma cruel. Principalmente Michael. Em 1991 Michael liderava faltando doze voltas para o fim quando foi ultrapassado de forma espetacular por Rick Mears, enquanto que em 1992 Michael dominou inteiramente a corrida, mas um problema na bomba de combustível faltando onze voltas destruiu o sonho de Andrettinho em vencer as 500 Milhas. Michael também liderou em Indianápolis em 1989, 1995 e 2003, mas nunca conseguiu uma vitória, mantendo o recorde de maior número de voltas lideradas sem ter uma vitórias na Indy 500.

A Andretti-Green se torna uma das melhores equipes da IRL e vence o campeonato de 2004 com Tony Kanaan e em 2005 com Dan Wheldon. Então, a terceira geração da família Andretti entrou na pista. Marco já vinha se destacando nas categorias de base americanas e em 2006 estreou com apenas 19 anos na equipe do pai. Com o intuito de ajudar o filho, Michael volta à Indianápolis e liderava faltando quatro voltas para o fim, mas deixou Marco passar no final, mas o Andretizinho não segurou o rojão e foi ultrapassado por Sam Hornish Jr. na linha de chegada. Em 2007 Michael participou de mais uma 500 Milhas e decidiu que esta seria sua última corrida como piloto. Foram dezesseis edições.

Michael se casou com Sandy em 1985 e teve com ela teve dois filhos (Marco e Marissa), mas se sepraram em 1996. Michael se casou com Leslie Wood no ano seguinte e ganhou mais um menino, só que se separou novamente em 2004. Atualmente, Michael está casado pela terceira vez com Jodi Paterson, ex-Playmate, com quem vive até hoje. Michael comanda sua equipe pessoalmente em todas as corridas da IRL e viu a primeira vitória do seu filho em Sonoma/2006. Este ano Michael conquistou mais um título pela equipe e também as 500 Milhas de Indianápolis, ambas com Dario Franchitti, que foi demitido esta semana. Michael ainda vive no mesmo terreno da mansão do pai, Mario, em Nazareth, Pensilvânia. E após mais de 25 anos de automobilismo, Michael Andretti ainda vive intensamente as corridas, mas agora como chefe de equipe, preparando seu filho Marco para tentar melhorar a imagem da família Andretti na F1.

Parabéns!
Michael Andretti

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